História de Palmares, quilombo multiétnico, é registrada em documentos oficiais, encontrados por um jornalista, descrevendo ajuda militar na luta da Consciência Negra, em Palmares, dia da Consciência Negra
Em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, é uma data que homenageia a luta pela liberdade e igualdade de direitos para todos os brasileiros. Nesse dia, a Visão do Corre conta a história de um encontro improvável entre três pessoas de diferentes origens.
Um náufrago árabe, resgatado por um judeu, se uniram à luta dos negros por liberdade, liderados pelo Zumbi, que é uma figura icônica da resistência contra a escravidão no Brasil. A luta de Palmares é um exemplo da capacidade de união e resistência da população negra contra as injustiças. O encontro dessas pessoas de diferentes origens foi um marco importante na luta pela igualdade racial no Brasil. A pintura “Zumbi” de Antonio Parreiras é uma homenagem ao herói da resistência contra a escravidão, e reafirma a importância da luta pela igualdade e liberdade para todos os brasileiros.
Uma Aliança Inusitada
Contrariando a tendência a não revelar informações, a ajuda militar que Zumbi recebeu de um judeu e, especialmente, de um muçulmano, precisa ser revelada. Embora desconhecida, esta parte da história nacional, documentada oficialmente, está contada em um livro-reportagem cujo título reflete sua importância.
A história de Zumbi e seus aliados é revelada em ‘O Capitão Mouro’, obra escrita pelo jornalista Georges Bourdoukan, que narra a amizade de Zumbi com um judeu e um mouro, protagonista do livro, com participação decisiva nas fortificações e resistência do quilombo dos Palmares. Mas como se dão esses encontros improváveis? O mouro Saifudin, protagonista do livro, naufragou e, em Pernambuco, foi resgatado pelo judeu Ben Suleiman, que não se conheciam. O judeu, cuja família tem uma pequena propriedade rural, é preso pela Inquisição. O muçulmano o ajuda a escapar. Fugitivos, vão parar em Palmares, onde Zumbi os acolhe e logo reconhece a capacidade militar do mouro. Eles passam a lutar juntos.
A luta em Palmares, um quilombo multiétnico, foi um dia de resistência. O capitão mouro, Saifudin, é um personagem apaixonante, valente, sábio e justo, com fé inabalável. Foi ele quem sugeriu construir armadilhas por toda a floresta ao redor de Palmares – buracos com lanças pontudas de madeira, cobertos com galhos e folhas. Fatais, as armadilhas impuseram derrotas ao bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado para derrotar Palmares. Em uma ocasião, os palmarinos tomaram seus mantimentos. O mercenário Jorge Velho teve que aumentar seu exército e trazer mais armas, como canhões. No final da luta contra Palmares, eram 10 mil atacantes contra mil negros, entre eles o judeu e o mouro.
O dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi em 1695. O livro de Bourdoukan é uma obra incrível que completa 25 anos. O autor encontrou um manuscrito do século 17, uma carta do governador da Capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, reclamando ao rei de Portugal de um certo mouro, construtor das fortificações do Quilombo dos Palmares. O governador responsabilizava o mouro pelas dificuldades em invadir e aniquilar o quilombo liderado por Zumbi.
Fonte: @ Terra
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