Imprensa e religião influenciaram a confusão sobre o nome do morro e da favela que nele existe, com origem no século 17.
Um misto de religiosidade e confusão levou a criação de um morro e comunidade que carrega o nome de padres, uma mãe e uma santa. Embora haja registros da origem da comunidade desde 1856, muitos moradores não sabem da história por trás do nome da comunidade.
Itamar Silva, um dos primeiros moradores da favela, comemora os 68 anos. Ele não entende como a confusão que cercou o nome da comunidade, criada por um decreto do prefeito César Maia em 2007, não levou a uma maior conscientização sobre a história da favela. O líder comunitário, indignado, busca resgatar a história da favela, acreditando que é preciso mais do que um decreto para esclarecer a confusão. Em sua opinião, é necessário investimento na comunicação e conscientização, para que moradores e visitantes da comunidade possam celebrar sua rica história.
Enredos Históricos e Confusões
A confusão entre Dona Marta e Santa Marta, em uma área da zona sul do Rio de Janeiro, não é um acaso e sim um resultado de uma combinação de eventos históricos. Para entender melhor, abordaremos a fundação do morro e sua conexão com a comunidade que lá se estabeleceu.
O morro em questão foi originalmente nomeado em homenagem à mãe do proprietário Dom Clemente José de Mattos. Era o século 17 e Dom Clemente era o proprietário de vastas terras na região. Ele escolheu o nome Marta Figueira de Mattos, conhecida como dona Marta, que se tornou o nome do morro. Com o tempo, a comunidade próxima ao morro começou a se estabelecer e se tornou uma favela.
A confusão veio a ser um problema sério em uma década de 1930, quando um padre ‘batizou’ a comunidade com o nome de Santa Marta. A escolha se deu em homenagem à tradição católica, onde Marta era conhecida por receber Jesus Cristo em sua casa. A capela que abrigava a imagem de Santa Marta foi erguida no alto do morro, tornando-a a padroeira da favela.
A Confusão e Consequências
A confusão histórica levou a prefeitura a emitir um decreto para estabelecer a diferença entre os nomes. No entanto, a confusão persiste até os dias atuais. O ativista Itamar Silva, que nasceu na favela de Santa Marta, se manifestou sobre a situação. Ele expressou sua indignação com a confusão e destacou a importância da preservação da história da comunidade.
Itamar explica que a favela de Santa Marta foi estabelecida no final da década de 30 e sempre foi conhecida por esse nome. Ele argumenta que a confusão é uma tentativa de apagar a história da comunidade e que o nome da favela é essencial para a sua identidade.
O Desafio de Preservação
O desafio de preservar a identidade da favela de Santa Marta é um tema complexo. A comunidade enfrentou desafios com a imprensa, que historicamente se referia a Dona Marta, o mirante, em vez da favela. Além disso, houve uma disputa com as denominações evangélicas, que não queriam reconhecer o nome da favela de Santa Marta.
Fonte: @ Terra
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