Cirurgião bariátrico Cid Pitombo alerta sobre riscos de adoecimentos por alimentos processados com ingredientes artificiais.
A nossa sociedade cada vez mais tecnológica está se tornando vítima da comida processada e artificiosa, que é cada vez mais encontrada nas prateleiras dos supermercados. A indústria de alimentos é uma das maiores do mundo, com bilhões de dólares em receita. No entanto, muitos desses produtos são feitos com ingredientes perecíveis e artificiais que podem causar danos à nossa saúde.
Desde a Revolução Industrial, a nossa forma de consumir comida mudou drasticamente. Hoje em dia, muitas pessoas dependem de alimentos processados para satisfazer suas necessidades diárias. Mas o que é alimento processado? Na verdade, são alimentos que foram alterados para prolongar sua vida útil e torná-los mais atraentes e fáceis de consumir. Alguns exemplos incluem pizzas congeladas, macarrão instantâneo e pizza congelada. Embora possam parecer uma alternativa conveniente, esses alimentos podem conter ingredientes artificiais que podem ser prejudiciais à nossa saúde. Além disso, a comida processada pode ser rica em açúcar, sal e gordura, que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade e diabetes. Em vez de buscar soluções rápidas e fáceis para nossas necessidades, devemos priorizar a comida natural e saudável para manter nossa saúde e bem-estar. A escolha da comida pode ser uma das escolhas mais importantes que fazemos todos os dias.
100 anos de alimentos alterados
Acessar tecnologias que mudaram o dia a dia, como pesticidas, corantes e estabilizantes na alimentação, não é motivo de preocupação em si. Entretanto, com o passar dos anos, esses produtos tornaram-se uma parte integrante na produção de alimentos. Essa realidade remonta a década de 1930, quando a indústria começou a usar agentes agrícolas extremamente tóxicos no intuito de melhorar a produção e suprir a demanda crescente de comida da população global. Na década de 1950, o objetivo das empresas era prover mais e mais produtos duradouros, como de fato aconteceu com o desenvolvimento de alimentos não perecíveis para os astronautas na NASA. Esse conhecimento foi posteriormente aplicado nas empresas alimentícias, com foco no consumidor comum.
Comida altamente processada
Com o aumento da publicidade pela TV e do barateamento de produtos, a disseminação da comida altamente processada ganhou ainda mais escala. Isso ocorreu somente após a indústria perceber a necessidade de prover produtos mais duradouros. Nesse contexto, sabemos que o alimento natural perdeu espaço para os artificiais, que possuem consistência e paladar mais atraentes. O exemplo de maionese sem ovos, barras de cereais sem frutas e hambúrguer sem carne vem a ilustrar essa realidade. Com a comida artificial dominando o mercado, é possível afirmar que o consumidor está cada vez mais alimentando-se de produtos produzidos em laboratórios. Assim, a comida de verdade passa a ser uma simples ilustração na embalagem, com as informações detalhadas da fórmula aparecendo em letras minúsculas.
Ingredientes artificiais e consequências
Por outro lado, a comida artificial tem consequências. Imagine o organismo como peças de Lego, onde as peças da comida artificial podem não se encaixar da mesma forma que as da comida natural. Além disso, os laboratórios muitas vezes vêm limitando o acesso a ingredientes para realização de novas pesquisas sobre o impacto desses produtos na saúde humana. Ainda assim, pesquisas observacionais e ensaios em laboratório relacionam o abuso de comida ultraprocessada a problemas de saúde, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. O tratamento dessas consequências está se tornando cada vez mais caro.
Fonte: @ Veja Abril
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