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O estudo da epigenética revela que pequenas mudanças no DNA podem ter um impacto significativo no desenvolvimento embrionário e na expressão genética em organismos. Isso é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao ambiente em que os organismos desenvolvem e ao material genômico que compõem.
A epigenética também está relacionada à biologia ambiental, pois pressupõe que os organismos estão em constante interação com o seu ambiente, o que pode afetar a forma como o DNA é lido e interpretado. Isso pode levar a alterações na expressão genética, mesmo que não haja alterações diretas no DNA. Por exemplo, fatores ambientais podem influenciar o desenvolvimento embrionário e, consequentemente, a epigenética do organismo.
Epigenética: O Papel Fundamental no Desenvolvimento e Adaptabilidade
A epigenética desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na adaptação dos organismos à seus ambientes únicos. Embora os programas genéticos sejam compartilhados por muitas espécies, a forma como eles são expressos e regulados varia significativamente. O exemplo mais óbvio é a diferença entre humanos e chimpanzés, apesar de suas sequências genéticas serem 99% idênticas. Os óvulos fertilizados de humanos e chimpanzés devem evoluir para formas de vida tão diversas para se adaptarem bem aos seus ambientes únicos.
Conrad Hal Waddington, um famoso biólogo do desenvolvimento britânico e pai da epigenética moderna, apresentou explicações conceituais sobre como os aproximadamente 200 tipos diferentes de células envolvidos no desenvolvimento embrionário contribuem de maneiras distintas para o desenvolvimento bem-sucedido do complexo feto humano. Isso ocorre porque existem mecanismos epigenéticos que atuam no DNA e são herdados de célula para célula e ao longo das gerações, contribuindo para a anotação e suborganização de todo o material genômico.
Esse mecanismo epigenético divide o material genômico em seções ativas e silenciosas, regulando o resultado do conteúdo genético de uma célula e determinando a funcionalidade e o fenótipo específicos de cada tipo celular. Além disso, ao longo das últimas três décadas, foi reunida extensa evidência científica que indica que esse mecanismo epigenético serve como uma ponte de comunicação, traduzindo os requisitos variáveis de um ambiente hostil para um uso modificado do material genético, a fim de formar o fenótipo adaptado.
A epigenética não é apenas relevante para a evolução humana, mas também para a compreensão dos fatores externos que podem influenciar a expressão gênica sem alterar a sequência do DNA. Essa relação tem implicações importantes para a natureza, o meio ambiente, a ecologia e a sustentabilidade. De fato, a epigenética pode ser comparada a uma forma de ‘Epigenética ESG’, que visa medir o desempenho de sustentabilidade de uma organização, considerando aspectos ambientais, sociais e de governança.
Do ponto de vista estritamente da epigenética, também atuamos como uma ponte entre os organismos e seu ambiente, onde ocorrem interações complexas que podem moldar a biologia e a diversidade da vida. Essa compreensão pode ser vital para promover práticas de conservação e desenvolvimento sustentável. Além disso, a epigenética tem inúmeros benefícios para a medicina, o bem-estar e, de forma mais ampla, para toda a área da saúde.
Fonte: @ Veja Abril
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