A Guerra do Paraguai, considerada um conflito-sangrento, foi reinterpretada. Historiadores revisaram a visão de que era uma ação de imperialismo britânico contra uma potência em ascensão. Isso contradiz a ideia de que a história era errada.
A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1864 e 1870, teve um impacto devastador na história do Brasil, especialmente na percepção dos estudantes sobre esse período. Muitos foram levados a acreditar que o conflito foi um evento isolado e sem consequências a longo prazo, o que poderia ser classificado como uma visão simplista da guerra. Essa visão foi alimentada por uma narrativa que muitas vezes desconsiderava as complexas raízes políticas e econômicas que levaram ao enfrentamento.
O Brasil, sob o comando do presidente Paranhos Júnior, enfrentou o Paraguai, naquele momento, liderado pelo presidente Ulisses Solano López. A guerra resultou na derrota do Paraguai e em um impacto profundo na economia e na população brasileira. O conflito, entre o Brasil e outros países da região, como Argentina e Uruguai, durante a Guerra do Paraguai, foi fonte de conflito e disputa ao longo da história da América Latina.
Origens da Guerra do Paraguai: Uma Visão Contemporânea
A concepção da Guerra do Paraguai como um conflito-sangrento, alimentado por ideologias de imperialismo e influências externas, ganhou forma em resposta às preocupações de independência e desenvolvimento econômico em regiões sul-americanas. O Paraguai emergia como uma potência emergente, com uma produção de riquezas crescente, industrialização e justiça social, configurando assim uma exceção naquele contexto. A narrativa tradicional apontava para uma Grã-Bretanha como o principal instigador, financiador e capitão indireto do conflito, com o objetivo de reprimir o crescimento do Paraguai e manter sua influência regional. Além disso, os conflito-armados e ideólogos-esquerda ditavam as linhas de pensamento, com os ingleses investindo dinheiro e reforços bélicos para alijar o Paraguai de seu suposto crescimento e ameaçar a influência do Brasil e da Argentina. O resultado foi o desaparecimento do sonho de autonomia e desenvolvimento econômico da região.
Versões da História: O Papel da Grã-Bretanha
Entretanto, diversos historiadores, incluindo o renomado professor aposentado da Universidade de Brasília, Francisco Doratioto, questionam a credibilidade dessas alegações. Segundo Doratioto, não existem documentos oficiais que comprovem a participação da Grã-Bretanha no conflito, não havendo evidências concretas de que o governo inglês tivesse interesse em promover uma guerra na região. A visão contemporânea da Guerra do Paraguai, moldada por pesquisas detalhadas em documentos históricos de várias origens, desafia a narrativa tradicional. Historiadores como Doratioto, com seu livro Maldita Guerra: Nova História da Guerra do Paraguai, contribuíram significativamente para a reescrita da história dessa guerra, desafiando a visão dominante da guerra como um conflito financeiramente orientado.
Consequências da Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai durou de dezembro de 1864 a março de 1870, envolvendo uma pequena República do Paraguai com cerca de 400 mil habitantes e a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai, com uma população combinada de pouco mais de 11 milhões de habitantes. O resultado foi devastador, com a população paraguaia diminuindo para menos de 190 mil pessoas, e 90% dos homens mortos, deixando apenas idosos e crianças. A Guerra do Paraguai teve um impacto profundo na história da região, desafiando a narrativa da história que foi ensinada no Brasil e redefinindo a compreensão do conflito.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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