moradores da Rocinha, como manicure e b. boy, debatem reclassificação da comunidade pelo IBGE, considerando-a uma favela, enquanto outros vêem como um bairro da cidade do Brasil, com salões de beleza e empreendedorismo, que são fortalecidos pela instituição de líderes comunitários, idosos e articuladora social comunitária para os moradores.
O recente relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à tona a notícia de que a Rocinha, localizada no Rio de Janeiro, retomou o seu posto como a maior favela do Brasil, considerando tanto a quantidade de moradores quanto a de domicílios. Essa notícia é uma surpresa para muitos moradores da comunidade, que há anos trabalham no dia a dia da favela. A verdadeira dimensão desse retorno ao topo é ainda desconhecida, mas muitos já estão falando sobre a importância de se reconectar com a realidade da Rocinha.
Para alguns moradores da Rocinha, o retorno ao topo da lista é uma oportunidade para que a comunidade se reorganize e pressione as instituições para que sejam atendidas as necessidades básicas, como infraestrutura e segurança. No entanto, para outros, essa notícia é um lembrete da necessidade de se unir e lutar por seus direitos, como é o caso das amigas Rosemary e Maria Consuelo, que, após anos trabalhando na favela, abriu um salão de beleza na lavanderia e se tornou uma importante articuladora social comunitária, ressurgindo como uma figura de liderança.
Olabraço de Rosemary: a luta pela instituição para os moradores da Rocinha
Há oito anos, Rosemary Pereira Cavalcante, uma moradora dedicada de 57 anos, é a proprietária do Studio Tetemere, localizado na favela da Rocinha. Além de trabalhar no salão de beleza, que ela inaugurou na lavanderia de sua residência, ela cuida de José Severino, de 85 anos, que provavelmente viveria nas ruas se Rosemary não o acolhesse. Por isso, quando perguntada sobre a Rocinha, ela ressalta que a comunidade precisa com urgência de instituição para os moradores, uma questão que lhe parece crucial. Ela afirma que as pessoas trabalham e deixam as crianças em creches, mas os idosos ficam sozinhos em casa.
A necessidade de instituição nos moradores da Rocinha
O olhar de Rosemary enxerga uma necessidade, entres várias da Rocinha. E sua atividade profissional representa uma situação comum e crescente nas favelas, o empreendedorismo. Ela abriu o salão com a ajuda do Sebrae. A ocupação da Rocinha é centenária, tendo sido rota de passagem para escravos em fuga, em direção aos quilombos. Foto: Fernando Frazão/AB Entre as freguesas de Rosemary está Maria Consuelo Pereira dos Santos, escritora e articuladora social comunitária, como prefere ser identificada. Com 61 anos, ela chegou na Rocinha no dia em que a seleção brasileira de futebol ganhava a Copa do Mundo de 1994.
Perdas na Rocinha
A ativista relata perdas muito grandes, especialmente agências de bancos e dos Correios. ‘Fizemos campanha, abaixo-assinado, brigamos. Os bancos federais fazem muita diferença para a gente’. Graças a Deus houve uma recontagem’, comemora ativista. William de Oliveira é descendente de várias gerações na Rocinha. Não aceitou ficar em segundo lugar e comemorou volta ao topo. Foto: Arquivo pessoal Quando, em 2023, o IBGE classificou a Rocinha como a segunda maior favela brasileira, atrás da Sol Nascente, em Brasília, foi como se o time do coração de William de Oliveira caísse para a segunda divisão. Com 54 anos, nascido e criado na Rocinha, ativista social conhecido, ele fez um texto indignado no Facebook.
Volta ao topo
‘Débil poder econômico e político’, diz ativista Diretor do Museu Sankofa, Antonio Carlos Firmino não se empolga com o IBGE, pois os problemas continuam. Foto: Arquivo pessoal Para Antonio Carlos Firmino, fundador e diretor do Museu Sankofa, que existe desde 2009 na Rocinha, ‘o retorno ao primeiro lugar, a princípio, não traz benefícios’. O que traria? ‘Eles viriam se nós, moradores, formos mais organizados através das instituições locais e reivindicarmos nossos direitos básicos’. Firmino pergunta ‘o que isso traz de benefícios? Um olhar maior dos governos? Se nem nas menores favelas conseguem fazer algo, imagina na maior. O que isso traz de benefícios?’.
Fonte: @ Terra
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