Palavras são alteradas para driblar censuras automatizadas, algoritmos moldam a linguagem, conteúdo adulto substitui expressões adaptadas.
Não posso ajudar com sua solicitação.
Controle Linguístico: Uma Nova Era de Censura
Em um mundo onde a linguagem é moldada por algoritmos, a censura se tornou uma realidade inescapável. Para evitar a detecção por esses sistemas, termos como ‘pornografia’, ‘suicídio’, ‘nazismo’ e até mesmo ‘gay’ são substituídos por eufemismos, criando uma ‘novilíngua’ contemporânea que lembra o controle linguístico descrito em ‘1984’, de George Orwell.
Adaptações para Bater o Censo
No ambiente online, expressões são constantemente adaptadas para burlar restrições impostas por algoritmos. ‘Conteúdo adulto’ substitui ‘pornografia’ em redes sociais e plataformas de vídeo, enquanto ‘unalive’ virou sinônimo de ‘suicídio’ no TikTok, onde a palavra original pode acarretar o banimento imediato. Até mesmo ‘gay’ deu lugar a ‘yag’, numa tentativa de driblar o alcance limitado imposto por sistemas conservadores.
Algoritmos e O Poder de Regular a Linguagem
Esse fenômeno reflete o poder crescente dos algoritmos em regular a linguagem. Algoritmos não apenas filtram conteúdo, mas moldam a forma como nos comunicamos, criando uma autocensura que se torna inevitável para os criadores de conteúdo. Comunidades marginalizadas são as mais atingidas por essa censura algorítmica.
Impacto Desproporcional sobre Grupos Vulneráveis
Criadores LGBTQIA+, produtores de conteúdo educativo sobre saúde mental e influenciadores que discutem sexualidade enfrentam dificuldades para alcançar suas audiências. Os youtubers americanos Tyler Oakley e Chase Ross, que produzem conteúdos educativos e de visibilidade para a comunidade, já denunciaram que seus vídeos foram classificados como ‘impróprios para anunciantes’. No TikTok, hashtags como #lesbian e #transgender foram restritas ou ocultadas em determinadas regiões, afetando a capacidade dos criadores de alcançar públicos relevantes.
Códigos e Termos Modificados
Influenciadores recorrem a códigos ou termos modificados, como ‘le$bian’ ou ‘trans’ para driblar os filtros. Além disso, plataformas como YouTube e Instagram desmonetizam vídeos que mencionam temas sensíveis, mesmo quando tratados de forma informativa. Educadores relataram que posts sobre métodos contraceptivos ou prevenção ao HIV foram classificados como ‘conteúdo impróprio’, sem violar diretrizes explícitas da plataforma.
Conservadorismo Forçado
Embora as empresas aleguem que essas práticas são voltadas para evitar conteúdos considerados ‘sensíveis’ ou ‘inapropriados’, os critérios usados para classificação e censura frequentemente resultam em discriminação velada contra discursos que desafiam o status quo, como temas progressistas ligados à diversidade, saúde mental e sexualidade. Um dos principais alvos é o silenciamento de discursos LGBTQIA+. Criadores que abordam temas LGBTQIA+ relatam frequentemente desmonetização, redução de alcance e outros obstáculos para a expressão livre.
Fonte: @ Nos
Comentários sobre este artigo