Um diretor espanhol explora o luto, a morte e o livre-arbítrio em um filme carinhoso, cheio de vida e laços maternos, criando uma atmosfera acolhedora no universo feminino.
O novo filme de Pedro Almodóvar, “O Quarto ao Lado”, promete ser um verdadeiro espetáculo cinematográfico, especialmente com a presença de duas das maiores atrizes de nossa época: Julianne Moore e Tilda Swinton. A combinação dessas três forças criativas é um convite irresistível para qualquer fã de cinema.
Com a direção magistral de Pedro Almodóvar, um dos mais renomados cineastas da atualidade, “O Quarto ao Lado” promete ser uma experiência única e emocionante. Almodóvar, conhecido por sua habilidade em criar personagens complexas e histórias envolventes, certamente não decepcionará com esse novo projeto. A expectativa é alta e todos os olhos estão voltados para esse filme que promete ser um verdadeiro evento cinematográfico.
O Universo de Almodóvar: Um Cineasta Sem Fronteiras
Com seu primeiro filme em inglês, o diretor de ‘Tudo Sobre Minha Mãe’, ‘Fale com Ela’ e ‘Volver’ prova que sua genialidade não está limitada à língua e aos símbolos hispânicos que permeiam suas obras. Em ‘O Quarto ao Lado’, estreia nos cinemas brasileiros, Almodóvar demonstra que é capaz de fazer o melodrama funcionar em elementos ligeiramente diferentes daqueles a que estamos habituados.
Embora o filme lide com algumas colocações novas e intensidades diferentes, o uso desavergonhado das cores quentes e recursos cênicos que criam uma atmosfera acolhedora ao espectador estão lá, junto a temas que dialogam com sexualidade, o universo feminino e laços maternos rompidos ou fragmentados. Portanto, se o seu medo é de ver um Almodóvar diferente e ‘vendido’, não se preocupe. Seu estilo continua intacto, e ainda por cima embalado por duas atrizes que cativam com uma intensidade que desnuda quem está despreparado.
A História de ‘O Quarto ao Lado’
Com roteiro adaptado a partir do romance ‘O Que Você Está Enfrentando’, de Sigrid Nunez, o filme vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza deste ano conta a história de Martha (Swinton), uma mulher enfrentando uma forma agressiva de câncer que se reconecta com Ingrid (Moore), uma amiga de sua juventude. Após anos sem se encontrarem, as duas, que trabalharam juntas em uma revista, retomam a amizade diante de uma situação delicada que fará suas diferenças aflorarem.
À medida que se atualizam sobre os acontecimentos de suas vidas, elas vão ficando mais próximas, e ver essa amizade entre Tilda Swinton e Julianne Moore desabrochar é o suficiente para que o espectador se sinta uma terceira pessoa nesse círculo, como se também fizesse parte deste grupo de amigos. E, quando Martha convida Ingrid para passar uma temporada com ela em uma casa isolada em Woodstock, essa relação dá origem a um tipo de cabo de guerra interessante: os valores opostos das duas a respeito de vida, laços familiares, legado e luto fazem com que elas se aproximem e precisem entender o ponto de vista uma da outra.
A Sensação de Colisão e Encontro de Opostos
Neste sentido de colisão e encontro de opostos, ‘O Quarto ao Lado’ conversa bastante com ‘Mães Paralelas’, filme anterior de Almodóvar que trazia Penélope Cruz e Milena Smit como duas mães-solo com ideias antagônicas sobre maternidade e ancestralidade. Desta vez, no entanto, a sensação é que a história corre com uma fluidez mais natural, algo que lembra muito ‘Tudo Sobre Minha Mãe’. Ao contrário do que se imaginaria a princípio, as ideologias opostas das duas protagonistas não criam um conflito estéril, mas sim uma discussão profunda e emocionante que nos faz refletir sobre nossos próprios valores e crenças.
Fonte: @ Terra
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