A Americanas reportou prejuízo gigantesco e aumento de capital de R$ 24 bilhões em 2023, após escândalo contábil e situação macroeconômica desafiadora.
Depois de altos e baixos em leilão, as ações da Americanas (AMER3) estavam em queda livre de 69,70%, sendo vendidas a R$ 0,10, por volta das 11h40, seguindo o desempenho negativo do dia anterior, quando os papéis da empresa despencaram 19,5%. Os investidores estão reagindo aos resultados corporativos divulgados pela companhia.
A Americanas é uma renomada varejista que tem enfrentado desafios no mercado de ações. Mesmo com a situação atual, a empresa continua atraindo atenção de investidores em busca de oportunidades. A situação das ações da AMER3 reflete a volatilidade do mercado financeiro atual.
Americanas: Desempenho Negativo e Prejuízo Gigantesco
Pouco mais de um ano após a fraude bilionária que levou a varejista AMER3 à recuperação judicial vir a público, a empresa divulgou a primeira publicação com os resultados corporativos reportados de 2023 na noite de ontem. No saldo do último ano, a Americanas registrou um prejuízo de R$ 2,3 bilhões, conforme o balanço. ‘É o pior cenário possível para a companhia’, afirma Enrico Cozzolino, sócio e chefe de análise da Levante Investimentos. Cozzolino destaca que o prejuízo ‘gigantesco’ registrado pela Americanas, apesar de já aguardado pelo mercado, torna o cenário de retomada da varejista ainda mais incerto.
Ele pondera que, além dos desafios da nova gestão em termos de diligência e governança, soma-se ainda a situação macroeconômica do país, com um possível repique da inflação, que tende a pesar sobre os bolsos das famílias e, consequentemente, impactar o consumo. As ações da Americanas sofreram com o desempenho negativo registrado, refletindo diretamente nos resultados corporativos reportados.
A receita líquida recuou 42,1%, para R$ 14,9 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado foi negativo em R$ 2,4 bilhões. A Americanas atualizou o prejuízo anotado em 2022 de R$ 12,9 bilhões para R$ 13,2 bilhões. Em maio deste ano, o conselho de administração da Americanas homologou o aumento de capital de R$ 24 bilhões. Metade do valor, R$ 12 bilhões, será injetado pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. A outra metade partiu do processo de capitalização de crédito da empresa, em que os grandes credores se tornaram sócios da varejista – estratégia utilizada quando uma companhia em recuperação judicial precisa quitar parte da sua dívida com os credores. As novas ações provenientes do aumento de capital começaram a ser negociadas nesta quinta.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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