Companhia faz empréstimos sem lucro, com bancos, para comprar ações de si mesma em operação de derivativos, aproveitando valor percebido como inferior do preço das ações, na tenda de ações, sob programa de recompra, com prazo de liquidação definido, garantido por empréstimo para ações.
Um dos principais motivos para a adoção de programas de recompra de ações é a crença de que esses papéis estão subavaliados pelo mercado. Dentre essas estratégias, alguns especialistas destacam a recompra de ações como uma ferramenta poderosa para o equilíbrio do mercado de capitais, mas outros defendem que essa prática pode não ser tão eficaz. Em qualquer caso, existem mais de 100 programas de recompra em andamento no Brasil, como pode ser verificado no levantamento do NeoFeed.
Em um movimento que destaca a confiança dos gestores em seu desempenho, a Tenda decidiu usar empréstimos para adquirir ações e reforçar sua posse em si mesma. Essa decisão inovadora visa reforçar sua presença no mercado brasileiro, onde a recompra de títulos não é uma prática tão comum. A recompra de ações pode ser uma estratégia para manter a liquidez no mercado, mas também pode ser usada para influenciar a percepção do valor delas pelos investidores. Nesse contexto, a Tenda está apostando fortemente em sua capacidade de gestão e, ao mesmo tempo, fazendo uma declaração de confiança nesses papéis que ela considera subavaliados.
Ações: Tenda Ajusta Estratégia de Investimento com Operações de Derivativos
A Tenda, empresa de varejo, tem uma estratégia de investimento envolvendo operações de derivativos, que visa a maximizar o valor das suas ações. Neste contexto, Luiz Mauricio Garcia, CFO da empresa, explicou durante o Tenda Day que os bancos compram as ações da empresa na bolsa e as carregam até uma data específica, em um processo conhecido como papéis, títulos; esteja emprestamento. As operações são realizadas com derivativos, que são considerados pelo management da empresa como ‘os mais simples possíveis’.
A operação é baseada no princípio de que a direção da empresa avalia as ações como extremamente desvalorizadas, apesar do contexto macroeconômico desafiador. Além disso, a Tenda tem um programa tradicional de recompra em aberto, que pode alcançar até 4,5 milhões de ações. No total, essas operações representam cerca de 12,4% de todo o volume de ações emitido pela companhia.
A expectativa da diretoria é que as ações em posse dos bancos comecem a ser internalizadas a partir do próximo ano, quando a Tenda projeta um lucro líquido entre R$ 360 milhões e R$ 380 milhões — bem acima do esperado para 2023. Além disso, a empresa tem um prazo de liquidação em 12 meses, o que significa que as operações devem ser liquidadas dentro deste prazo.
Este, no entanto, não foi a primeira vez que a Tenda adotou essa prática. Em abril do ano passado, a companhia autorizou uma operação semelhante, referenciada em até 4,5 milhões de ações, com prazo máximo de liquidação para outubro deste ano. Pouco depois, no mesmo mês, realizou outra operação com derivativos referenciados em até 3,05 milhões de ações, com liquidação até novembro de 2024.
As ações da Tenda mais que dobraram de preço, acumulando alta de 160% próximo aos prazos máximos de liquidação. Ainda assim, a companhia optou pela rolagem dos contratos de derivativos, feitos com XP e Santander, estendendo os prazos de liquidação para abril de 2026. Com as três operações de derivativos em aberto, o volume pode chegar a 10,75 milhões de ações, cotadas hoje a R$ 13,61.
A expectativa da diretoria é que as ações em posse dos bancos comecem a ser internalizadas a partir do próximo ano, quando a Tenda projeta um lucro líquido entre R$ 360 milhões e R$ 380 milhões — bem acima do esperado para 2023. De acordo com projeções do Santander, a companhia deve encerrar o ano com um lucro líquido de R$ 118 milhões, após acumular um resultado positivo de R$ 85,1 milhões nos três primeiros trimestres.
Fonte: @ NEO FEED
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