Grupo criminoso usou páginas falsas em redes sociais para clonar contas bancárias e enganar vítimas com somas de reais em sites de comércio eletrônico.
Uma operação policial de São Paulo desmantelou uma quadrilha especializada em golpes nas redes sociais, que contou com mais de 2 mil vítimas em todo o Brasil. A organização criminosa se especializou em criar propagandas falsas de produtos que eram veiculadas no Facebook e no Instagram.
A polícia descobriu que os criminosos eram bem organizados e tinham uma estrutura complexa para executar os golpes. Eles utilizavam fakes para criar sites e perfis falsos para enganar as vítimas. Além disso, a polícia encontrou provas de que a organização também estava envolvida em uma fraude em grande escala, com o objetivo de roubar dinheiro das vítimas. Em resumo, os criminosos eram mestres em golpes, e sua capacidade de enganar as vítimas era impressionante.
Fraude em grande escala
O Fantástico conversou com Humberto de Alfredo Marcondes, que, com crédito, acreditou estar comprando um eletrodoméstico, mas, na realidade, caiu em um golpe de fraude. Ele acreditava estar comprando no site de uma das maiores redes varejistas do país, mas, na verdade, estava acessando uma das páginas falsas criadas pelo grupo criminoso.
Ele disse que se interessou por um preço de uma mercadoria, uma Airfryer. Adquiriu e passou dados, logo em seguida, esse fornecedor informou que pelo cartão de crédito não poderia ser possível, que fizesse um PIX. Ele disse que, no momento, não estranhou. ‘Durante os dois próximos dias, o criminoso fez contato comigo. Depois, passados esses dois, três dias, não tive mais o contato dele. Aí, estranhei tudo.’
Sites são idênticos aos oficiais: ‘Tratavam-se, na verdade, de sites clonados, fakes criados de maneira muito idêntica, a mesma página oficial era copiada nessa fraude’, contou o delegado que investiga o caso. As mesmas fotografias de promoção, os mesmos produtos, exatamente a mesma camisa, a mesma calça, o mesmo fogão, a mesma geladeira, a mesma cor da página, tudo igual’. Os mesmos fakes contam que os sites clonados eram criados de maneira muito idêntica, e que a mesma página oficial era copiada nessa fraude.
Os investigadores prenderam 20 pessoas em diferentes estados; sete ainda seguem foragidos. A Polícia Civil de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, iniciou a investigação após uma denúncia. ‘Fomos procurados por um empresário da cidade. Ele dizia que vários consumidores entravam em contato com o seu site, o seu SAC, reclamando de produtos comprados e que jamais chegaram ao seu destino’, disse o delegado.
A polícia obteve capturas de tela do chefe do grupo criminoso, que mostram a montagem do clone de um desses sites. Segundo a polícia, o chefe dessa organização é Lucas de Giovani Garcia, de 22 anos.
Redes sociais, muito envolvidas
No dia 6 de novembro, Lucas foi preso em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. O jovem monitorava a quantidade de acessos aos sites clonados que ele criava — mais de mil pessoas entraram na loja falsa. O segundo escalão do grupo, de acordo com a polícia, era composto por recrutadores responsáveis por convencer pessoas a ‘emprestar’ suas contas bancárias para que o grupo movimentasse os pagamentos via PIX. A polícia se refere a essas pessoas como correntistas.
Se a vítima reclamasse, recebia respostas ofensivas: ‘Você é feia. Seu prejuízo foi quando você nasceu’, respondeu Lucas. Assim que foi preso, ele confessou que era o responsável por orquestrar a fraude, conhecida como ‘falso site da internet’. ‘Estamos falando aí de somas que superam dezenas de milhões de reais’, disse o delegado.
Com parte do dinheiro roubado, Lucas viajava para assistir aos jogos do Corinthians. A defesa disse que ainda irá analisar o conteúdo das provas.
Responsabilidades
Para o diretor do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), as redes sociais que veicularam esses anúncios são diretamente responsáveis. ‘Especialmente porque elas têm ganhos com esses anúncios. Quando está na rede social a pessoa fica mais propensa a clicar no anúncio, de vez que se trata de uma informação de fácil acesso’, completa o diretor do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Fonte: © G1 – Tecnologia
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