Cooperativa de Bordadeiras do Semiárido cria uniformes para a delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris e vestido de noiva de Janja, esposa do presidente Lula, com apoio do Instituto e do Comitê Olímpico, em parceria com a Casa do Riachuelo.
No coração do Rio Grande do Norte, em Timbaúba dos Batistas, as bordadeiras são as verdadeiras artistas da região, transformando o bordado em uma atividade econômica próspera e reconhecida nacionalmente. Com uma comunidade de pouco mais de 2 mil habitantes, o bordado é a alma da cidade, atraindo visitantes de todo o país.
As artesãs locais, também conhecidas como costureiras, são as responsáveis por criar verdadeiras obras de arte com suas mãos habilidosas. Essas trabalhadoras manuais dedicam horas a fio para criar peças únicas e exclusivas, que são vendidas em lojas e feiras da região. O bordado de Timbaúba dos Batistas é um exemplo de como a criatividade e a habilidade manual podem se tornar uma fonte de renda e orgulho para uma comunidade. A arte do bordado é uma tradição que deve ser preservada e valorizada. Com o apoio de programas de incentivo ao artesanato, as bordadeiras podem continuar a criar e inovar.
As Bordadeiras do Semiárido Nordestino
Recentemente, a confecção do vestido de noiva de Janja, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dos uniformes da delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris, colocaram o município de Timbaúba dos Batistas no mapa. ‘Nós somos o pequeno que não tem medo de concorrer com o grande’, afirma Salmira Torres, presidente da Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, que lidera um grupo de 80 artesãs que trabalharam na feitura de 2,4 mil peças para o Comitê Olímpico, em parceria com o Instituto Riachuelo e com o apoio do Sebrae.
Salmira lembra que o grupo era modesto, com apenas 17 artesãs, mas o processo de organização permitiu que outras Bordadeiras se juntassem ao projeto. ‘Foi um rendimento de aproximadamente R$ 400 mil direto para as Bordadeiras’, ressalta. Além da movimentação financeira na região do Seridó, a artesã fala sobre a importância da visibilidade para o trabalho local.
Visibilidade e Reconhecimento
Ela teve a oportunidade, com outras Bordadeiras, de demonstrar o ofício na Casa Brasil, espaço patrocinado pelo Sebrae e Embratur, em Paris, durante os Jogos Olímpicos. ‘Conta muito quando o próprio cliente conhece o nível de dificuldade que é bordar em uma máquina simples, a máquina da vovó, sem ser computadorizada, sem ter nada automático’, comenta Salmira, que diz sentir gratidão pelas oportunidades advindas das mãos habilidosas e da criatividade de cada Bordadeira.
‘A sensação é de sonho realizado, que um dia a gente nunca pensou de alcançar, de voar tão alto na vida e de ser conhecida e reconhecida a nível nacional e internacional. De repassar para as pessoas a confiança que nós hoje temos de pegar qualquer encomenda’, afirma Salmira Torres, presidente da Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas.
Inclusão Social e Preservação Cultural
Desde 2003, as artesãs fazem parte da Cooperativa de Bordadeiras, o que, segundo Salmira, foi fundamental para a expansão das atividades, permitindo à comunidade participar de licitações e grandes contratos. Além do sucesso comercial, o trabalho das artesãs é um exemplo de inclusão social, já que, da população de cerca de 2,4 mil habitantes, um terço domina as técnicas, tornando o bordado a principal fonte de renda do município.
Dentre os reconhecimentos, o grupo já foi vencedor por duas vezes do TOP 100 de Artesanato, do Sebrae, um selo que reconhece as melhores práticas de cooperativas no Brasil. Outro grande marco foi a conquista do selo de Indicação Geográfica (IG) em 2021, chancelando a qualidade e procedência do bordado da região. A cooperativa também desempenha um papel crucial na preservação da tradição, com programas de qualificação e incentivo para que jovens aprendam o ofício. A Casa das Bordadeiras oferece oficinas e treinamentos, garantindo que a arte do bordado continue viva nas novas gerações.
Fonte: @ PEGN
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