A partir segunda-feira, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) aplicam apenas a vacina inativada poliomielite (VIP), injetável, em substituição a gotinhas da vacina oral.
A partir desta segunda-feira (4), o esquema vacinal contra poliomielite passa a ser composto, exclusivamente, por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP). Isso representa uma mudança significativa em relação ao esquema vacinal anterior. Mas o que provocou essa alteração?
Para entender melhor essa mudança, é importante lembrar que a doença da poliomielite já está quase erradicada no mundo, graças à vacinação global. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o número de casos de poliomielite caiu 99% desde o seu auge nos anos 1980. No entanto, ainda existem regiões onde a poliomielite ainda persiste e representa uma ameaça. Nesse contexto, o Ministério da Saúde optou por adotar a vacina inativada poliomielite (VIP), que apresenta uma abordagem mais eficaz para prevenir a poliomielite em nossas comunidades. Além disso, a vacina inativada é mais fácil de ser armazenada e distribuída, o que facilita a logística de imunização em áreas remotas. Com a transição para o esquema vacinal exclusivamente composto por VIP, o país se alinha com as novas diretrizes mundiais para a poliomielite. O uso da vacina bivalente oral (VOPb) vai de encontro às recomendações de especialistas em saúde pública e epidemiologia. Essa mudança visa garantir a eficácia da poliomielite e proteger a população.
Evolução na Vacinação contra Poliomielite no Brasil
O avanço tecnológico está tornando o esquema vacinal contra a poliomielite cada vez mais eficaz. Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), destaca que a mudança é significativa e pode ser observada em todo o mundo. Países desenvolvidos, como os Estados Unidos e nações europeias, já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a vacina bivalente inativada (VIP), que oferece uma plataforma mais segura e proporciona uma proteção robusta contra a poliomielite.
O Ministério da Saúde está alinhando sua estratégia com tendências mundiais, substituindo as duas doses de reforço com a gotinha (vacina oral poliovírica – VOP) por uma dose da vacina injetável mais segura e eficaz, que protege a saúde das crianças de maneira eficaz. Atualmente, cerca de 38 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país trabalham incansavelmente para garantir que a vacinação seja realizada com eficácia. O objetivo é alcançar uma cobertura vacinal de 95% até o fim do ano. Em 2023, a cobertura vacinal da vacina bivalente inativada (VIP) foi de 86,5%, enquanto a da VOP foi de 78,2%, de acordo com as informações contidas na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). O esquema vacinal anterior contemplava a administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOP, a ‘gotinha’, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A partir de hoje, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses, Desta forma o esquema vacinal passa a ser: 2 meses – 1ª dose; 4 meses – 2ª dose; 6 meses – 3ª dose; 15 meses – dose de reforço.
A nova estratégia visa fortalecer o esquema de vacinação injetável com o objetivo de garantir que o Brasil continue a ser um país livre da poliomielite, graças à vacinação em massa da população. O Brasil se destaca positivamente no avanço das coberturas vacinais, tendo revertido a tendência de queda de 13 dos 16 imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação após enfrentar declínios desde 2016. A vacinação contra a poliomielite é uma das causas do resultado positivo. O Zé Gotinha continuará atuando em prol da vacinação e da vida, como símbolo da luta contra a poliomielite e alertando sobre a prevenção de doenças imunopreveníveis.
Fonte: @ Ministério da Saúde
Comentários sobre este artigo