Nísia Trindade e OMS defendem cooperação entre países para enfrentamento de pandemias, troca de experiências e Missão 100 Dias.
‘A pandemia é um desafio global que requer preparação e cooperação’. Essa é a mensagem enfatizada durante a Conferência Nacional sobre Pandemias, encontro que reuniu especialistas de diferentes regiões do Brasil em São Paulo, na última sexta-feira (26).
Em tempos de crise de saúde pública, é fundamental estar atento aos sinais de um possível surto. A disseminação rápida de doenças pode levar a uma nova epidemia, reforçando a importância da vigilância constante e do trabalho conjunto entre autoridades e comunidades.
A importância da troca de experiências na próxima pandemia
A reunião serve como uma oportunidade para compartilhar conhecimentos sobre o enfrentamento de doenças que podem se espalhar, como a covid-19, que resultou em mais de 7 milhões de mortes em todo o mundo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assegurou que o Brasil está apto a participar da Missão 100 Dias, uma iniciativa para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos globalmente em pouco mais de três meses.
Esse prazo corresponde a um terço do tempo necessário para criar uma vacina contra a covid-19, e pode ser crucial para interromper uma nova pandemia desde o início, salvando vidas. ‘Sem dúvida, o Brasil tem capacidade de abraçar esse desafio. O Brasil está engajado nesse esforço e estamos retomando uma agenda que as instituições de pesquisa científica têm defendido com vigor’, afirmou a ministra.
De acordo com ela, o Brasil, que enfrentou desafios durante a pandemia de covid-19 e registrou mais de 700 mil óbitos, conta, no atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com bases sólidas em ciência, tecnologia e esforços industriais na área da saúde. Nísia Trindade mencionou o Complexo Econômico Industrial da Saúde, um conjunto de investimentos que promovem a produção de medicamentos, insumos e vacinas, como parte da Nova Indústria Brasil, a política industrial do governo federal.
Para a ministra, a preparação do país para enfrentar futuras pandemias deve ser encarada como uma política de Estado, não apenas de governo. Ela ressaltou a importância da troca de experiências e conhecimentos entre os países e defendeu que o esforço seja feito com equidade, garantindo ‘acesso e desenvolvimento da produção local [de vacinas e tratamentos] não só no Brasil, mas nos países em desenvolvimento, de forma coordenada’. Nísia enfatizou a necessidade de protagonismo do Sul Global, composto por países emergentes.
‘Não podemos pensar em proteção de maneira justa sem a participação de nossos países’, afirmou. ‘É hora de transformar equidade e solidariedade em ações concretas para garantir o acesso a produtos para o combate a pandemias e outras emergências de saúde’, declarou a ministra, acrescentando que também é fundamental se preocupar com doenças negligenciadas, como as arboviroses.
Neste ano, por exemplo, o Brasil enfrentou um surto de dengue, com mais de 6 milhões de casos e 4,8 mil óbitos. A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, está participando da Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 – Tomaz Silva/Agência Brasil. Jane Halton explicou que a Missão dos 100 Dias não se trata apenas de agilidade na resposta, mas também de equidade na distribuição dos recursos.
‘Trata-se de proteger todas as pessoas de novas doenças antes que elas possam destruir suas vidas e as de seus entes queridos.’ Parceria para vacinas. A Cúpula Global de Preparação para Pandemias encerra na terça-feira (30). Esta é a segunda edição do evento, sendo que a primeira ocorreu em Londres, em 2022.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo