A mobilização propõe redirecionar investimentos em segurança pública para áreas de educação em periferias, combatendo desinvestimento em direitos humanos.
Na sociedade brasileira, a discussão sobre a polícia e sua atuação é um tema relevante, especialmente quando se trata do orçamento destinado à segurança pública. A campanha Desinveste Já, lançada no Rio de Janeiro, visa pressionar os poderes Legislativo e Executivo para que reavalie o alocamento de recursos para a polícia.
Essa campanha é resultado da constatação de que a polícia não atuou com eficácia para combater a letalidade, como é o caso da morte de david capes em 2020. Com isso, a proposta da campanha é que o orçamento seja desviado para áreas sociais, em vez de manter a ‘guerra armada’ contra as populações periféricas. A força é necessária, mas não pode ser usada de forma indiscriminada. Além disso, a polícia pública deve garantir a segurança de todos, independente da classe social.
Desinvestimento: Uma Questão de Prioridades
Na comunidade do Borel, no Rio de Janeiro, Patrick Melo, 29 anos, começou a se envolver em ativismo quando tinha apenas 10 anos de idade. Ele se lembrava da morte de um amigo da mesma idade, que foi atingido por um tiro de fuzil disparado por um policial. Esse evento marcou o início do seu engajamento em questões de segurança pública e direitos humanos.
Polícia: Desafios e Alternativas
Patrick Melo é gerente de projetos da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJRacial), que atua na Baixada Fluminense e luta pela campanha Desinveste Já. A iniciativa propõe a redução do orçamento da segurança pública e seu remanejamento para áreas sociais. A campanha utiliza comparações objetivas para ilustrar a necessidade de mudanças, como o custo de um veículo blindado (caveirão) em relação ao valor de duas ambulâncias, ou o preço de um fuzil em comparação com o da merenda servida em escolas públicas.
Segurança Pública e Policiais: Uma Questão de Prioridades
O valor da merenda escolar, de R$ 0,76 por dia para estudantes que frequentam escolas estaduais, é utilizado para ilustrar a disparidade. O preço de um fuzil, uma média de R$ 28 mil, é divulgado, e o cálculo é feito com base nesse valor. O resultado é que um fuzil poderia comprar cerca de 36.842 refeições. Patrick Melo explica que o desinvestimento não significa redução de salários dos policiais, mas sim a redistribuição do orçamento para investir em áreas sociais.
Fonte: @ Terra
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