Moda de empoderamento com estampas autorais, roupas de preta de baixo custo, com defeito, cultura e decoração.
Em uma cidade como Salvador, onde a cultura afro-brasileira é um fruto precioso, Cintia Pereira, de 36 anos, decidiu mudar de cidade em busca de oportunidades. Após 10 anos de vida no Rio de Janeiro, ela encontrou um nicho de mercado que lhe permitiu construir um negócio de moda, enquanto reforçava a expressão da cultura negra, com a Tendência Black.
Com uma marca focada em fortalecer a cultura preta, Cintia Pereira não apenas encontrou um negócio, ela também criou um espaço de expressão cultural relevante para a sociedade. No cenário do negócio, muitas empresas estão apostando na criação de marcas autoriais, e a Tendência Black é um exemplo de como a moda pode ser uma ferramenta poderosa para fortalecer identidades culturais. Com produtos exclusivos em destaque, a Tendência Black se tornou um nome relevante no mercado da moda.
A Nova Dinâmica do Negócio de Moda
Até 2019, a Tendência Black vendia cerca de 200 peças por mês, a uma média de R$ 150 cada. A empresa foi motivada por um período de baixa no fluxo de vendas no negócio do esposo, que gerou a busca por alternativas para complementar o rendimento do lar. Com o objetivo de criar algo de baixo custo, a empreendedora decidiu adquirir peças de roupas com defeitos, que poderiam ser customizadas por meio de cortes e novas decorações. Com o sucesso das vendas, o dinheiro da customização foi investido no negócio do esposo.
A Transição para a Moda
Quando percebeu que as vendas das roupas estavam rendendo mais do que o negócio do esposo, decidiu apostar na moda como principal negócio. A ideia foi inspirada na capacidade de gerar receita, além de pagar as contas do negócio do esposo com o dinheiro da customização.
A Origem da Tendência Black
Em 2014, a empreendedora fundou a Tendência Black, juntamente com o esposo, com investimento inicial de R$ 600 para a compra dos primeiros materiais necessários para a produção. A marca teve como objetivo utilizar a moda como ferramenta de empoderamento para o povo preto, com referências à cultura africana em todas as roupas.
A Criação da Tendência Black
As primeiras peças da marca foram produzidas em um cômodo na casa do casal, trazendo mensagens de empoderamento, estilo que ainda hoje prevalece entre as coleções da marca, com frases como ‘Respeita o Black’ e ‘Vem black pra somar’. Depois, em parceria com uma amiga que produz estampas à mão, a empresa lançou a coleção Traços Originais, com desenhos exclusivos e em referência à cultura preta.
A Parceria com Artistas Pretos
A empresa busca parcerias com artistas pretos a fim de fortalecer a economia e mão de obra preta. A empreendedora destaca que a busca por parcerias é fundamental para o crescimento da marca.
A Expansão da Marca
Em 2019, o casal criou uma segunda empresa, a Vestindo Planta, que opera como uma extensão da Tendência Black, mas com CNPJs distintos. A marca conta com itens de decoração para casa feitos em linho, surgiu da paixão do esposo por plantas, que começou a se aventurar na produção das próprias estampas.
O Clube de Assinatura
Com a pandemia, o casal deu início a um novo canal para gerar receita: um clube de assinatura. O objetivo era oferecer um valor fixo por mês para que os clientes recebessem uma peça mensalmente. O projeto foi bem recebido e ajudou a aumentar as vendas da empresa.
Fonte: @ PEGN
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