Casal processa empresa que usou suas vozes em IA sem permissão. Novidade gera discussão sobre o uso de vozes humanas no futuro da tecnologia.
A concepção de que a inteligência artificial, em algum momento, poderá substituir nossos postos de trabalho é um tema recorrente no cenário atual. No entanto, para Ana Silva, esse aviso não é apenas uma teoria distante, mas sim uma realidade cada vez mais tangível. Ela enxerga as inúmeras possibilidades e desafios trazidos pela inteligência artificial em diversos setores da sociedade.
Em um mundo cada vez mais conectado, a presença da IA se torna cada vez mais presente e impactante. Maria Santos, uma entusiasta da tecnologia, reconhece as potencialidades da inteligência artificial para transformar a forma como interagimos e realizamos tarefas diárias. Ela acredita que a colaboração entre humanos e IA pode resultar em avanços significativos para a sociedade como um todo.
Receio sobre o Futuro da Inteligência Artificial na Dublagem de Hollywood
Em junho do ano de 2023, Lehrman e Linnea Sage estavam passeando de carro perto de sua residência na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Durante o trajeto, eles sintonizaram um podcast discutindo as greves na indústria cinematográfica de Hollywood e como a inteligência artificial (IA) pode impactar esse setor em particular. Esse episódio despertou grande interesse no casal, pois ambos são profissionais da dublagem e estão preocupados com a possibilidade de serem substituídos por geradores de voz que se assemelham a vozes humanas, uma tendência cada vez mais real.
O casal se deparou com uma situação peculiar durante sua audição. O podcast apresentava uma entrevista com um chatbot gerado por IA, equipado com tecnologia que transforma texto em discurso audível. A proposta era explorar as implicações da inteligência artificial para os empregos na indústria cinematográfica. Para surpresa de Lehrman e Sage, a voz do chatbot se assemelhava exatamente à de Paul Lehrman, atrapalhando a tal ponto que eles precisaram estacionar o veículo para assimilar a ironia da situação. A presença da IA na indústria do entretenimento se tornava cada vez mais tangível, e ver sua própria voz discutindo a potencial revolução que estava por vir foi, sem dúvida, uma experiência assustadora para o casal.
As repercussões da presença da inteligência artificial na vida de Lehrman e Sage não pararam por aí. Ao se depararem com a possibilidade de suas vozes terem sido clonadas por empresas de tecnologia, como a Lovo, o casal iniciou uma investigação meticulosa sobre o que teria acontecido. Passaram horas navegando pela internet até descobrirem registros de suas vozes sendo comercializadas sem autorização, possivelmente em grande escala. A indignação de Sage ao relatar essa descoberta é palpável, denunciando o roubo de suas vozes para alimentar os avanços da IA.
Durante a batalha legal contra a Lovo, que até o momento não se pronunciou sobre o caso, Lehrman e Sage revelaram como a empresa teria obtido registros de suas vozes. A alegação é de que funcionários da Lovo, de forma sorrateira, solicitaram gravações de áudio aos profissionais por meio do popular site Fiverr, conhecido por conectar talentos freelancers aos mais variados projetos de áudio. A estratégia era obter amostras de voz sob a falsa promessa de oportunidades de trabalho, expondo as vulnerabilidades do sistema aventureiro da plataforma.
A saga de Lehrman e Sage contra a clonagem de suas vozes por meio da inteligência artificial ressalta a importância da segurança e proteção dos dados pessoais em um mundo cada vez mais dominado por avanços tecnológicos. A reflexão sobre até que ponto a IA pode impactar nossas vidas, pessoal e profissionalmente, ilumina os desafios éticos e legais que devem ser enfrentados em meio a essa era digital em constante evolução. O alerta sobre os riscos e as possíveis consequências de tais práticas é uma mensagem universal que ecoa além das fronteiras de Hollywood, ecoando em um futuro em que os artistas criativos precisam proteger suas vozes – não apenas as palavras que proferem, mas suas identidades sonoras únicas.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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