Contas em redes pró-Trump e pró-Harris compartilham imagens geradas por inteligência artificial, muitas vezes com material verdadeiro, infundado ou falso, sobre políticos dos EUA, postagens de apoio e alegações extremas e infundadas de fraude eleitoral.
Os relatos de ganhos financeiros impulsionados por conteúdo suspeito no X (uma plataforma de rede social que teve sua origem no Twitter) geraram preocupação entre especialistas em discurso eleitoral e manipulação de informações. Contas que compartilham informações falsas ou geradas por _inteligência artificial_ ganham no mercado de influência, sendo uma forma de “comprar” audiência.
Para entender a realidade por trás desses relatos, é preciso considerar a dinâmica do mercado de influência na _rede social_ X. Muitos dos usuários que relatam ganhos financeiros com o compartilhamento de conteúdo suspeito não são apenas vendedores de conteúdo, mas também atuam como multiplicadores de informações falsas. Eles podem usar a plataforma para promover teorias de _conspiração_ infundadas ou imagens geradas por IA para enganar uma audiência cada vez maior, o que pode gerar receita por meio de anúncios ou promoções. Dessa forma, a plataforma de rede social X pode se tornar um veículo para a difusão de informações falsas e manipulação de opiniões.
Redes sociais: O lado obscuro da rede
A rede social Twitter é objeto de escrutínio para sua capacidade de disseminar conteúdo falso e manipulado, comprometendo a veracidade das informações. Diversas redes de contas em Twitter compartilham conteúdo uma das outras várias vezes ao dia, incluindo uma mistura de material verdadeiro, infundado, falso e forjado, com o objetivo de aumentar seu alcance e, consequentemente, a receita na plataforma.
Um mercado de desinformação em crescimento
Alguns usuários afirmam que os ganhos de suas próprias contas e de outras contas variam de algumas centenas a milhares de dólares. Eles também afirmam que coordenam o compartilhamento das publicações uns dos outros em fóruns e bate-papos em grupo. ‘É uma forma de tentar ajudar uns aos outros’, afirmou um usuário. Algumas dessas redes apoiam Donald Trump, outras Kamala Harris — e algumas são independentes.
Politicos e redes sociais
Vários destes perfis — que dizem não estar ligados a campanhas oficiais — foram contatados por políticos dos EUA, incluindo candidatos ao Congresso, em busca de postagens de apoio. Em 9 de outubro, o Twitter alterou suas regras para que os pagamentos feitos para contas certificadas com alcance significativo sejam calculados de acordo com a quantidade de engajamento de usuários premium — curtidas, compartilhamentos e comentários —, em vez do número de anúncios em suas postagens.
Rede e desinformação
Muitas plataformas de rede social permitem que os usuários ganhem dinheiro com suas postagens ou compartilhem conteúdo patrocinado. Mas elas geralmente têm regras que permitem desmonetizar ou suspender perfis que publicam desinformação. O Twitter não possui diretrizes sobre desinformação nos mesmos moldes. Embora o Twitter tenha uma base de usuários menor que a de algumas plataformas, ele tem um impacto significativo no discurso político.
Plataformas sociais e alegações
Isso levanta questionamentos sobre se o Twitter está incentivando os usuários a publicar alegações provocativas, sejam elas verdadeiras ou não, em um momento altamente sensível para a política dos EUA. A BBC comparou os ganhos aproximados informados por alguns desses usuários do Twitter com o valor que se esperaria que eles ganhassem, com base no número de visualizações, seguidores e interações com outros perfis, e concluiu que eles eram confiáveis.
Extremos e infundados
Entre as publicações enganosas compartilhadas por algumas dessas redes de perfis, estavam alegações sobre fraude eleitoral que haviam sido refutadas pelas autoridades, e alegações extremas e infundadas de pedofilia e abuso sexual contra os candidatos à presidência e vice-presidência. Algumas postagens enganosas e falsas que se originaram no Twitter também se espalharam para outras plataformas de rede social com um público maior, como Facebook e TikTok.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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