Juíza na Justiça do Júri do Rio afirma “Justiça é lenta, é cega, é burra, mas ela chega”.
Após anos de denúncias e investigações, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Os condenados serão presos à espera do cumprimento de suas penas. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão e Élcio a 59 anos, 8 meses e 10 dias. A sentença representa o final de um processo longo e movimentado, com muitas declarações e denúncias de candidatos políticos e de outros ouvidos em audiências. A imprensa noticiou os condenados presos, que estão à espera do cumprimento de suas penas em uma prisão de segurança máxima do estado.
Condenação em prisão é sentença final para assassinos de Marielle
A condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz a prisão, por terem assassinado a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, está de acordo com a pena esperada para seus crimes. Além de sofrerem prisão, os dois réus foram condenados a pagar uma pensão mensal de R$ 1.000 ao filho de Anderson até que ele complete 21 anos, e a indenizar cada uma das vítimas envolvidas em R$ 706 mil por danos morais.
O Tribunal do Júri do Rio condenou os dois réus por assassinar Marielle e Anderson, em 2018, em um atentado que também deixou a assessora Fernanda Chaves ferida. O caso marca o fim de uma complexa investigação que começou em 14 de março de 2018, quando Marielle, após participar de um evento na Lapa, retornava para casa, vindo a ser alvejada em um veículo, junto com seu motorista e deixando a assessora Femanda Chaves sobrevivente.
O Júri reconheceu a culpabilidade dos assassinos em crimes de duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa das vítimas), tentativa de homicídio contra Chaves e receptação do veículo usado no crime. Durante o julgamento, o MP/RJ destacou que o crime teve motivações políticas e financeiras. Segundo o MP/RJ, Ronnie e Élcio teriam aceitado o trabalho para eliminar Marielle em razão de seu trabalho legislativo e de sua atuação política.
Os réus, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados a cumprir a prisão perpétua em regime inicialmente fechado, sem a possibilidade de progressão de regime. Além disso, os condenados devem pagar uma pensão mensal de R$ 1.000 ao filho de Anderson, até que ele complete 21 anos. E, a indenizar cada uma das vítimas envolvidas em R$ 706 mil por danos morais.
O julgamento teve como assistente de acusação a defensora pública Daniele Silva, que trouxe ao debate o aspecto racial do crime, apontando que Marielle, mulher negra e oriunda de uma comunidade marginalizada, representava uma figura de resistência e enfrentamento às estruturas políticas e sociais.
Fonte: © Migalhas
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