Três policiais civis e dois advogados foram condenados por cobrar propina, após investigação do Ministério Público e Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados, na Justiça de Goiás.
Em Goiânia, condenados foram três policiais civis e dois advogados por cobrar propina de suspeitos de crimes para evitar prisões ou arquivar investigações. Além deles, um homem que se passava por policial civil também foi condenado.
Os réus foram sentenciados a penas que variam de 11 anos a 93 anos de prisão. As condenações foram resultado de uma investigação que revelou um esquema de corrupção envolvendo policiais e advogados que cobravam dinheiro de acusados para evitar punições. A Justiça considerou as provas suficientes para condenar os envolvidos, que agora enfrentarão as consequências de suas ações. A corrupção não será tolerada.
Condenados: Justiça de Goiás emite sentenças a seis réus
Todos os condenados estão atualmente em liberdade e recorrem contra as sentenças. A decisão foi emitida pela Justiça de Goiás em agosto deste ano, mas foi divulgada apenas nesta quinta-feira (17) pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). De acordo com o processo, pelo menos seis pessoas teriam sido vítimas do grupo.
As sentenças foram as seguintes:
– Danilo César Approbato (acusado que se passava por policial civil): condenado a 89 anos e 1 mês de reclusão e 2.327 dias-multa por extorsão e roubo;
– Luiz Carlos de Melo (agente de polícia aposentado): condenado a 93 anos e 11 meses de reclusão e 2.779 dias-multa por extorsão e roubo;
– Márcia Rodrigues de Sousa (escrivã da Polícia Civil aposentada): condenada a 22 anos e 11 meses de reclusão e 687 dias-multa por extorsão;
– Gilvan de Sousa Ribeiro (agente de polícia aposentado): condenado a 11 anos de reclusão e 173 dias-multa por extorsão;
– Juliana Angélica de Lucena Ferraz (advogada): condenada a 21 anos e 4 meses de reclusão por extorsão;
– Jorge Carneiro Correia (advogado): condenado a 24 anos e 8 meses de reclusão por extorsão.
Defesas dos condenados
A defesa de Danilo Approbato, representada pelo advogado Rogério Leal, entrou com recurso contra a condenação e alegou que seu cliente foi usado como ‘bode expiatório’ por policiais que efetuaram sua prisão e coagiram para cooptar supostos envolvidos em crimes.
A defesa de Juliana Ferraz, representada por Romero Ferraz Filho, também entrou com recurso e considerou que a sentença parte de uma premissa absurda e inadmissível. Alegou que a advogada foi incluída, sem provas, ‘em um enredo que jamais teve qualquer vinculação ou conhecimento’.
A defesa de Gilvan de Sousa Ribeiro, representada pelo advogado Paulo Pimenta, entrou com recurso e disse que seu cliente é inocente e que não teve nenhuma participação nos atos criminosos. Alegou que o policial nunca teve vínculo com os demais envolvidos.
Reações do Tribunal de Ética e Disciplina
O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) disse que os processos são sigilosos e que não divulga as providências tomadas pela ordem. Alegou que não comenta eventuais prisões ou condenações de seus inscritos.
Processo judicial
Na sentença emitida em agosto, a Justiça reconheceu a participação dos seis condenados no esquema, especialmente, na prática do crime de extorsão. Os réus Danilo e Luiz Carlos também foram considerados culpados por roubo.
Danilo, Luiz Carlos, Jorge e Juliana – também terão que pagar, solidariamente, indenizações por danos morais a vítimas, em valores que variam de R$ 900,00 até R$ 5 mil.
Outras quatro pessoas que chegaram a ser denunciadas pelo Ministério Público no processo foram absolvidas.
Fonte: © Direto News
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