Câmara de Comércio Internacional, de Paris, deve responder se atende ao pedido unilateral da arbitragem internacional, jurisdição neutra, transferência do foro e arbitragem na Sérvia, em disputa unilateral.
Em um contexto marcado por acirrada disputa entre empresas de alto poder econômico, a Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, localizada em Paris, se encontra em uma posição delicada. A empresa indonésia Paper Excellence, com um histórico de negócios complexos, busca alterar o cenário da sua disputa com o grupo J&F Investimentos através da Eldorado Celulose para a França, mudando assim o local onde a disputa será julgada.
A decisão da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional em Paris, pode ter consequências significativas na resolução da disputa entre a indonésia Paper Excellence e o grupo J&F Investimentos, especialmente no que diz respeito à Eldorado Celulose. Nesse cenário, a arbitragem assume um papel crucial, sendo uma ferramenta utilizada para a resolução de conflitos empresariais. Com a mudança do local onde a disputa será julgada, a Corte deve considerar os impactos legais e econômicos que essa decisão poderá causar.
Disputa entre Paper e J&F avança com pedido de transferência do foro
A Paper Excellence encaminhou petição ao Supremo Tribunal Federal, solicitando a transferência do foro do caso Eldorado para o exterior, alegando que a Justiça e as instituições brasileiras são parciais, insinuando fraudes, e que seria necessário um ‘foro neutro’ para resolver a disputa. Em contrapartida, a J&F concordou em participar de uma conciliação promovida pelo Supremo Tribunal Federal, embora o caso esteja sob os cuidados do Superior Tribunal de Justiça.
A leitura é que a Paper ‘desistiu da disputa arbitral no Brasil’, desapontando-se com o objeto central da disputa, e agora reivindica uma indenização por supostos prejuízos na operação. Em vez de buscar o direito sobre a Eldorado na Corte Internacional, os indonésios pedem uma indenização por supostos prejuízos na operação.
Os precedentes conhecidos de pedidos semelhantes foram todos rejeitados pela Corte da Câmara Internacional de Comércio. Um caso envolveu a confiabilidade de uma arbitragem na Sérvia sob o regime Milošević, outro na República Checa, e um terceiro no Irã. Em dois dos casos, o contrato arbitral não estabelecia o foro, e em todos os três, os países estavam em convulsão.
A Paper Excelence confia que o Poder Judiciário brasileiro decidirá em seu favor, uma a uma, as inúmeras demandas descabidas ajuizadas pela J&F. Objetivo ao propor a transferência unilateral do foro é buscar uma indenização pelos atos desleais e abusivos praticados pelas duas empresas brasileiras para impedir a concretização da transferência do controle da Eldorado. O prejuízo, avalia o grupo estrangeiro, ‘é estimado em pouco mais de US$ 3 bilhões’ (cerca de R$ 18 bilhões).
Para representá-la na eventual arbitragem que pede, a Paper indicou um árbitro francês, que já tentou sem sucesso tirar do Brasil arbitragens que envolviam a Petrobras. A J&F, em nota, afirma que ‘ao tentar retirar o caso Eldorado da jurisdição brasileira, a Paper Excellence mente à imprensa, da mesma forma que mentiu à J&F e à Justiça nos últimos sete anos’.
O litígio pela Eldorado Brasil Celulose foi iniciado por ela, depois de descumprir diversas cláusulas do contrato e a legislação brasileira referente à aquisição e ao arrendamento de terras por estrangeiros, uma norma de ordem pública. Incisiva, a nota da J&F diz que ‘além de aprender a respeitar contratos, a Paper Excellence precisa aprender a respeitar o Brasil (…) e que ‘precisa entender que este país tem instituições sérias, comprometidas com a lei, das quais se pode discordar, mas que nunca devem ser desrespeitadas’.
Arbitragem internacional pode ser a solução para a disputa
A Paper Excelence indicou um árbitro francês para representá-la na eventual arbitragem que pede, o que levanta questionamentos sobre a confiabilidade de uma arbitragem internacional. A arbitragem internacional é comumente utilizada para resolver disputas comerciais entre empresas de diferentes países, mas a confiabilidade de uma arbitragem na Sérvia sob o regime Milošević é um precedente conhecido rejeitado pela Corte da Câmara Internacional de Comércio.
A J&F, por sua vez, afirma que a Paper Excelence está mentindo à imprensa e à Justiça, e que o litígio pela Eldorado Brasil Celulose foi iniciado por ela depois de descumprir diversas cláusulas do contrato e a legislação brasileira referente à aquisição e ao arrendamento de terras por estrangeiros.
A arbitragem é uma opção para resolver disputas comerciais, mas a confiabilidade de uma arbitragem internacional depende de vários fatores, incluindo o país onde a arbitragem será realizada e a confiabilidade do árbitro. A Paper Excelence acredita que a arbitragem é a melhor forma de resolver a disputa, mas a J&F discorda e alega que a Paper Excelence está mentindo e desrespeitando o Brasil.
Transferência do foro pode ser a solução para a disputa
A Paper Excelence solicitou a transferência do foro do caso Eldorado para o exterior, alegando que a Justiça e as instituições brasileiras são parciais, insinuando fraudes, e que seria necessário um ‘foro neutro’ para resolver a disputa. A transferência do foro é uma opção para resolver disputas comerciais, mas a J&F discorda e alega que a Paper Excelence está mentindo e desrespeitando o Brasil.
A J&F concordou em participar de uma conciliação promovida pelo Supremo Tribunal Federal, embora o caso esteja sob os cuidados do Superior Tribunal de Justiça. A leitura é que a Paper Excelence ‘desistiu da disputa arbitral no Brasil’, desapontando-se com o objeto central da disputa, e agora reivindica uma indenização por supostos prejuízos na operação.
A transferência do foro pode ser a solução para a disputa, mas a confiabilidade de uma arbitragem internacional depende de vários fatores, incluindo o país onde a arbitragem será realizada e a confiabilidade do árbitro. A Paper Excelence acredita que a arbitragem é a melhor forma de resolver a disputa, mas a J&F discorda e alega que a Paper Excelence está mentindo e desrespeitando o Brasil.
Fonte: © Conjur
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