Final da Sul-Americana pareceu chegar cedo demais para o Cruzeiro que fabricou seu atraso na fase de transição, jogo de passes curtos, trabalho de transformação, linha defensiva e jogo direto.
É claro que o atraso na chegada de Fernando Diniz ao Cruzeiro foi um problema, mas não é o único motivo pelo qual o time parece estar atrasado em sua evolução.
Quem olha para o campo e vê o time tentando colocar em prática traços que caracterizam o jeito de jogar de Fernando Diniz pode concluir que a final da Sul-Americana chegou cedo demais para o time, que ainda enfrenta um retardamento em sua capacidade de execução. Afinal, estava em campo um trabalho de dois meses diante de outro que começou com a temporada, o que contribuiu para a demora no ajuste do elenco.
Um Atraso Cremoso no Jogo
No entanto, a realidade é mais complexa do que se poderia imaginar. Diniz lidera o Cruzeiro em um percurso de transformação, onde o atraso em se adaptar ao novo jogo é perceptível. O demora no ajuste do time pode ser sentido em cada disputa, afetando o desempenho nas fases finais da temporada.
A escolha do novo treinador, Diniz, prometia uma nova era para o Cruzeiro, mas a retardamento nas semanas finais da temporada sob o comando de Fernando Seabra, não foi apenas técnica, mas sim de convicção do time em suas ações. A equipe parecia ter perdido a linha defensiva e a trabalho em conjunto começava a retardar o avanço do time.
O jogo contra o Racing foi um exemplo disso. A equipe paraguaia pressionava forte no jogador cruzeirense com a bola, e ao recuperá-la, um jogo direto e de poucos passes curtos era iniciado, com o alvo geralmente sendo Salas pelo lado esquerdo. O Cruzeiro controlava mal as bolas em profundidade, o que criava espaços para o adversário, como foi o caso do gol de Martirena, que traíra Cássio num cruzamento.
A equipe tentava executar movimentos característicos do jogo proposto por Diniz, mas a sensação é de que ainda faz força para isso. A saída de bola era desconfortável, especialmente para Walace, que falhou no segundo gol e foi substituído na primeira etapa.
Foi apenas a partir da metade final da primeira etapa que o Cruzeiro começou a se estabilizar, com a posse de bola se tornando mais contundente e movimentos de infiltração se tornando mais frequentes. A entrada de Matheus Henrique, Matheus Pereira, Lucas Silva e Lucas Romero pelo setor direito foi fundamental para o jogo de transformação, que começou a brilhar com a conclusão de Kaio Jorge.
Diniz mexeu no time, colocando Barreal e movendo Matheus Henrique para o meio, tentando povoar o setor direito. Apesar disso, a necessidade do gol criou mais exposição do que grandes oportunidades. O time ainda enfrentava desafios em sua linha defensiva e sua capacidade de trabalho de transformação ainda era questionada.
No fim, um dos contragolpes do Racing contra uma defesa já aberta resultou no terceiro gol, marcando a derrota do Cruzeiro. Quem pensar na trajetória recente de um Cruzeiro que sofreu demora em se adaptar ao novo jogo pode entender a complexidade do cenário. O atraso em se estabilizar e o retardamento no ajuste do time são sintomas de uma realidade mais profunda, onde a transformação é necessária, mas a linha defensiva ainda é fraca.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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