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Terapia com medicamentos reduz risco de internações e mortes, com menos visitas e mais acompanhamento psicoterápico, em programa do Medicaid Ohio.
Cuidar da saúde mental é fundamental para prevenir complicações em pacientes com problemas cardíacos, de acordo com uma pesquisa recente divulgada no Journal of the American Heart Association. Investir no bem-estar emocional pode reduzir a frequência de idas ao hospital e internações, impactando positivamente a qualidade de vida.
Além disso, a atenção à saúde mental pode ser crucial na identificação precoce e tratamento de transtornos mentais em pacientes com doenças cardiovasculares. A abordagem integrada entre a mente e o corpo é essencial para promover um cuidado abrangente e eficaz, contribuindo para a saúde global do indivíduo. Inteligência emocional
A Importância da Saúde Mental na Prevenção de Transtornos Mentais
De acordo com os pesquisadores ligados à Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, a preocupação com a saúde mental é fundamental para o bem-estar geral dos pacientes. Mesmo com uma extensa literatura sobre o assunto, ainda há escassez de evidências concretas que comprovem a eficácia do cuidado com a saúde mental na melhoria dos desfechos desses indivíduos.
O estudo envolveu 1.563 adultos, com idades entre 21 e 64 anos, que participaram do programa Medicaid Ohio e foram acompanhados ao longo de três anos. Todos esses participantes tinham histórico de hospitalização devido a obstruções nas artérias ou insuficiência cardíaca. Surpreendentemente, cerca de 92% deles foram diagnosticados com ansiedade, enquanto 55,5% apresentavam sintomas de depressão.
Os resultados revelaram que aqueles submetidos a um tratamento combinado de psicoterapia e medicamentos tiveram uma redução significativa no risco de readmissão hospitalar, chegando a uma diminuição de 68% a 75%. Além disso, houve uma queda de até 74% na probabilidade de retorno ao pronto-socorro. A mortalidade geral também foi reduzida em 67%.
É crucial ressaltar a interconexão entre a saúde mental e a saúde cardiovascular, como destacado pelo cardiologista Humberto Graner, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia. A relação entre esses transtornos e os desfechos clínicos em doenças cardíacas tem sido objeto de diversos estudos ao longo dos anos e já está bem documentada.
Graner explica que o estresse, a ansiedade e a depressão desencadeiam uma resposta ao estresse no corpo, liberando hormônios como cortisol e adrenalina, que podem impactar negativamente a pressão arterial e a frequência cardíaca. O estresse crônico e a depressão também podem desencadear processos inflamatórios, prejudicando os vasos sanguíneos e aumentando o risco de complicações cardiovasculares.
Além disso, o estilo de vida desses pacientes desempenha um papel crucial. Muitas vezes, eles enfrentam dificuldades em manter hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos, o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas.
Os resultados do estudo enfatizam a necessidade de identificar precocemente problemas de saúde mental nesses pacientes e implementar intervenções eficazes para reduzir o risco de complicações. A atenção à saúde mental deve ser uma prioridade na abordagem integral da saúde, visando não apenas a melhoria dos sintomas psicológicos, mas também a prevenção de transtornos mentais e suas repercussões na saúde física.
Fonte: © CNN Brasil
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