Frustração dos agentes com relatório bimestral de receitas e despesas, que aponta déficit primário e necessidade de ajustes estruturais no arcabouço fiscal.
O mercado financeiro brasileiro voltou a demonstrar preocupação com o equilíbrio das contas públicas, o que fez com que os juros futuros atingissem os maiores níveis do ano e se estabilizassem acima dos 12%. Essa tendência de alta nos juros pode ter um impacto significativo na economia do país.
Essa alta nos juros futuros também está relacionada às taxas de risco, que têm sido um desafio para os investidores. Além disso, os prêmios de risco também têm sido um fator importante a ser considerado, pois podem afetar a estabilidade do mercado. É fundamental que os investidores estejam cientes desses fatores para tomar decisões informadas. A gestão eficaz dos juros é crucial para manter a economia estável.
Impacto dos Juros nos Mercados
A divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas na sexta-feira gerou uma reação negativa entre os agentes econômicos, devido à redução de R$ 15 bilhões na contenção total anunciada em julho. Essa mudança na política fiscal, percebida como menos austera do que o esperado, levou os investidores a exigir prêmios de risco mais altos, afetando não apenas os juros futuros, mas também os mercados de câmbio e bolsa.
A percepção de risco aumentou significativamente, levando a um forte estresse nos mercados, que se intensificou nesta segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2029 registrou um salto, passando de 12,31% para 12,475% hoje, após ter atingido 12,575% na máxima da sessão. No mercado de câmbio, o dólar chegou a encostar em R$ 5,60, mas encerrou o dia negociado a R$ 5,5344, em alta de 0,25%, enquanto o Ibovespa recuou 0,38%, aos 130.568 pontos.
Avaliação dos Juros e Taxas
A sinalização representada pela redução no esforço fiscal anunciado anteriormente, em meio a um déficit primário crescente, foi recebida negativamente pelos mercados, por sugerir uma propensão do governo a gastar o máximo permitido legal e tecnicamente pelo arcabouço fiscal, apesar da necessidade de ajustes estruturais e mais duradouros nas despesas. ‘Essa mudança na política fiscal pode levar a uma maior incerteza e volatilidade nos mercados, afetando os juros e taxas de câmbio’, avalia o economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski. Além disso, a exigência de prêmios de risco mais altos pode afetar a economia como um todo, levando a uma maior incerteza e risco para os investidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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