Representantes da área da educação refletiram sobre a importância de tecnologia e políticas públicas na redução de desigualdades raciais no ensino médio e superior no Brasil, assim como em ambientes educacionais.
Em um fórum recente, especialistas enfatizaram a necessidade de implementar medidas políticas para melhorar o acesso à educação e reduzir as desigualdades sociais no Brasil.
A desigualdade racial é um problema complexo que afeta diversas áreas da sociedade, incluindo a educação. Desigualdade de acesso a oportunidades e recursos educacionais é um dos principais desafios enfrentados por desigualdade racial em ambientes escolares. Desigualdade de infraestrutura, como instalações inadequadas e equipamentos obsoletos, pode dificultar o aprendizado e reduzir a chance de sucesso de alunos de comunidades vulneráveis. Desigualdade de acesso à tecnologia, por sua vez, pode limitar a participação desses estudantes em atividades digitais e reduzir suas habilidades em um mercado cada vez mais digital. Ao exigir políticas públicas para mitigar essas desigualdades, é possível criar um ambiente mais justo e equitativo para todos os estudantes, independentemente de sua origem racial ou socioeconômica.
Desigualdade: Um Legado Histórico que Afeta a Aprendizagem
Durante um dos painéis oferecidos pelo Fórum Brasil Diverso, especialistas na área destacaram a importância de exigir políticas públicas que abordem a desigualdade racial presente no País. Esta é uma questão de grande relevância, considerando que a maioria da população afetada é negra. Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra.
Segundo Lia Glaz, diretora-presidente da telefônica Vivo, os dados apresentados no estudo ‘Tecnologia e Desigualdades Raciais no Brasil’, divulgados em junho, revelam a existência de desigualdade em relação ao acesso à infraestrutura tecnológica entre escolas públicas e privadas. Além disso, quando se faz um recorte racial sobre quem tem acesso a esses locais e equipamentos, a desigualdade racial se torna ainda mais evidente. Notícias relacionadas refletem esta preocupação.
Quem proclamou a República do Brasil? Descubra! As lições das escolas do Reino Unido que baniram celulares: ‘crianças deixaram de ser zumbis’ Golpe de inscrição no Enem 2024: estudantes caem em site falso e ficam fora da prova ‘Lugares com predominância de alunos negros, por exemplo, tem acesso a infraestrutura menor do que escolas com predominância de alunos brancos. Claro que há uma questão geográfica envolvida, mas também é parte do legado histórico que impacta na aprendizagem’, destaca Glaz. Outro ponto abordado na discussão, é como essa desigualdade se comporta no ensino superior.
De acordo com a pesquisa, há uma baixa representatividade nas carreiras, em especial, nas de área de exatas como Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). ‘Há uma desigualdade de acesso, mesmo com todo o esforço que vem sendo feito para que se possa dar as mesmas condições de entrada no ensino superior para alunos brancos e negros egressos do ensino médio. E o que isso quer dizer? Embora a gente tenha aumentado a base de alunos negros que vão para o ensino superior, eles vão majoritariamente para cursos que futuramente vão pagar menos e [que são] predominantemente a distância. A gente sabe que tem ali uma questão que é importante para o acesso, porém, não dá as mesmas condições do que os alunos brancos que saem vão para esses cursos mais de elite. Então, a gente continua perpetuando a desigualdade também no ensino superior’, explica.
Ainda durante a conversa, Paulo Batista, CEO do Alicerce Educação, destacou que essa desigualdade é vista na educação básica e que reflete no ensino médio. Ele narrou que em uma de suas experiências, foi convidado para dar aula em um cursinho social e encontrou jovens com problemas para compreender questões simples. ‘Ali eu entendi o tamanho da profundidade do apagão de aprendizagem que existe na educação pública brasileira e, claro, por esse ‘apartheid racial’ que temos no Brasil, quase todos negros’, explicou. Segundo ele, para que haja mudanças reais nos números, é necessário um maior posicionamento e cobrança em relação às políticas públicas. Já Verônica Vassalo, gerente de Diversidade e Inclusão do Pacto Global da ONU, apontou a importância de ter uma representatividade em sala de aula, a partir dos professores.
‘Tecnologia para eles se resume a estar
Fonte: @ Nos
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