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Características sexuais físicas e identidade de gênero são termos relacionados à construção social e histórica da pessoa.
Uma pessoa intersexo é aquela que nasce com características sexuais — incluindo genitais, padrões cromossômicos e glândulas — que não se encaixam nas características binárias de corpos masculinos e femininos. A diversidade de identidades de gênero e expressões sexuais é fundamental para a compreensão da complexidade humana.
Além disso, é importante ressaltar que termos como hermafrodita e distúrbios de diferenciação sexual não devem ser utilizados de forma pejorativa ou estigmatizante. Cada indivíduo intersexo possui sua própria jornada e experiência única, que merecem ser respeitadas e compreendidas. É essencial promover um ambiente inclusivo e acolhedor para todas as pessoas, independentemente de sua diversidade sexual e de gênero.
Explorando as Complexidades do Intersexo e dos Distúrbios de Diferenciação Sexual
Já uma pessoa transgênero é aquela que não se identifica com o gênero atribuído ao nascimento e está relacionada à experiência individual. As duas condições ganharam destaque nos últimos dias devido à polêmica envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif. Ela foi autorizada a participar dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 mesmo após ser reprovada no teste de gênero em 2023 por apresentar anomalias nos níveis de testosterona nos exames. O debate sobre a atleta ser uma pessoa intersexo ou transgênero ganhou ainda mais força após a autora britânica J. K. Rowling e o bilionário Elon Musk expressarem oposição à sua competição na Olimpíada.
Desvendando a Identidade Intersexo
O que é ser uma pessoa intersexo? Uma pessoa intersexo é aquela que nasce com características sexuais físicas ou anatômicas que se diferem do padrão típico de corpos femininos e masculinos. Ou seja, ela pode apresentar genitais, padrões cromossômicos e glândulas, como testículos e ovários, que não se enquadram nesse contexto binário. A formação da genitália acontece ainda na vida intrauterina, até a 12ª semana de vida, e é remediada não só por cromossomos, mas pela ação de hormônios, de receptores desses hormônios e pela diferenciação esperada da gônada. Nesse sentido, pessoas intersexo são aquelas que nasceram com a genitália que não é típica do que se esperaria para o feminino ou masculino.
Explorando as Diversas Faces dos Distúrbios de Diferenciação Sexual
De acordo com Emmanuel Nasser, médico ginecologista e obstetra, existem centenas de variantes intersexos e, por isso, a condição pode se apresentar de diferentes formas. As variantes podem se manifestar como alterações na anatomia da genitália externa, ou na formação dos órgãos pélvicos (como útero e ovários), ou na forma que o nosso corpo reage aos hormônios masculinos e femininos. Existe uma variedade tão vasta que existem pessoas que morrem sem saberem que são intersexo. Por isso, o termo intersexo pode ser descrito como um ‘guarda-chuva’ com espectros. Nesse contexto, pessoas com variações intersexuais podem usar uma variedade de termos diferentes, incluindo ser intersexo, ter uma variação ou condição intersexo, ter uma variação inata de características sexuais ou nomear traços específicos. De maneira geral, o termo médico-científico para o intersexo é ‘distúrbios de diferenciação sexual’ (DDS).
Compreendendo a Diversidade das Pessoas Intersexo
Além disso, segundo a Intersex Human Rights, as pessoas intersexo não compartilham uma identidade, sendo uma população diversificada. As pessoas intersexuais podem ser heterossexuais ou não, cisgênero — que consiste em identificar-se com o gênero atribuído no nascimento — ou não. Por isso, é essencial reconhecer e respeitar a complexidade e diversidade das experiências intersexuais e dos distúrbios de diferenciação sexual, promovendo uma maior compreensão e inclusão em nossa sociedade.
Fonte: © CNN Brasil
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