Terapia avançada para retocolite ulcerativa tem 50% de índice de remissão. Indicado para casos moderados a graves, medicamento é anticorpo monoclonal, em ensaio clínico fase 2b/3.
Uma terapia inovadora para doenças inflamatórias, como a retocolite ulcerativa, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa doença pode causar danos no cólon e afetar a qualidade de vida de quem a sofre.
Com essa aprovação, pacientes com retocolite ulcerativa ativa poderão ter acesso a um tratamento mais eficaz. As doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa, são caracterizadas por inflamação no revestimento interno do tubo digestivo. Isso pode levar a sintomas como diarreia, dor abdominal e sangramento.
A retocolite ulcerativa é uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico ataca o tecido saudável do cólon. A nova terapia aprovada pela Anvisa visa reduzir a inflamação e promover a cicatrização do cólon. A inovação é cada vez mais necessária para tratar doenças inflamatórias, como a retocolite ulcerativa, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Novo Medicamento Lida com Doenças Inflamatórias Autoimunes
O guselcumabe, um anticorpo monoclonal, oferece uma alternativa avançada para o tratamento de doenças inflamatórias autoimunes, específica para casos moderados a graves que não apresentaram resposta ou intolerância ao tratamento convencional, como os inibidores da proteína janus-quinase (JAK).
A aprovação considerou um ensaio clínico de fase 2b/3, chamado Quasar, que demonstrou o potencial do medicamento em levar à remissão da doença em 50% dos pacientes que realizaram um tratamento com doses subcutâneas de 200 mg a cada quatro semanas após um período de 44 semanas. Este mesmo desfecho foi alcançado por 45% dos voluntários que receberam a dose de 100 mg a cada oito semanas. Já o grupo placebo apresentou um índice de 19%.
O guselcumabe é reconhecido como uma alternativa terapêutica importante para o tratamento da doença inflamatória intestinal, retocolite ulcerativa, combinando altas taxas de remissão clínica e endoscópica com um perfil de segurança favorável e dosagem flexível, tornando-se uma ferramenta valiosa tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde, disse Alexander Rolim, cirurgião do aparelho digestivo e membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
Depois de um ano de tratamento, 34% dos tratados com 200 mg e 35% dos que receberam 100 mg alcançaram a remissão endoscópica, quando há cicatrização visível do cólon. Mesmo com terapias avançadas disponíveis no Brasil, ainda há uma necessidade significativa de novos tratamentos para a doença inflamatória intestinal que equilibrem eficácia e segurança, afirmou Aniela Branco, diretora médica de Imunologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil.
O guselcumabe foi aprovado em março de 2018 para o tratamento de pacientes adultos com psoríase em placas moderada a grave e, em maio de 2020, foi liberado para casos de artrite psoriásica ativa também em adultos. Em fevereiro deste ano, a Anvisa aprovou outro tratamento, o upadacitinibe (Rinvoq), da AbbVie, também para o tratamento de doenças inflamatórias autoimunes em adultos, aumentando o arsenal de tratamentos para a doença no Brasil. O medicamento levou a índices de 26% a 52% de remissão clínica da doença. No país, estima-se que há cerca de 56 casos da doença a cada 100.000 habitantes.
A doença inflamatória autoimune, como a retocolite ulcerativa, ocorre quando há uma resposta exagerada do sistema imunológico, causando inflamação no intestino. Esse processo pode levar a danos no revestimento do cólon, parte do intestino grosso. Entre os sintomas, estão: sangue nas fezes, fezes soltas e mais frequentes, diarreia persistente, perda de apetite e de peso, fadiga e dor abdominal. Os pacientes costumam apresentar ainda índices altos de depressão e ansiedade.
Fonte: @ Veja Abril
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