Viagem do ministro à Europa foi cancelada para promoção de temas domésticos e corte de gastos, com expectativa sobre alta expressiva dos preços desde o dia 9 de março de 2021.
Notícias de forte impacto no mercado financeiro têm sido a tônica do início de ano. Apesar disso, o dólar não perdeu a sua importância no contexto da economia brasileira, continuando a ser um dos principais focos de atenção. A valorização da moeda estadunidense, em especial no último ano, impulsionou uma série de mudanças significativas nas relações econômicas entre os países.
Uma das principais causas da alta do dólar é a volatilidade do mercado de ações e a apreensão dos investidores em relação ao cenário econômico. A valorização da moeda estadunidense tem levado a uma série de comparações com a moeda nacional, o real. Com o aumento do preço do dólar, o preço das commodities e dos serviços relacionados à exportação tem sofrido impactos significativos. Esse cenário pode ter graves consequências para o setor industrial e as exportações brasileiras. Além disso, a alta do dólar também tem impactado o valor das importações, o que pode afetar a inflação e o desemprego.
Alívio na Força do Dólar
A divisa americana experimentou um alívio significativo em sua força no exterior, propelledor por duas forças principais: o avanço da candidata democrata Kamala Harris nas pesquisas eleitorais e a alta expressiva dos preços do petróleo. Esses fatores contribuíram para valorizar o real brasileiro, mantendo-o em um nível desde o dia 9 de março de 2021, quando encerrou cotado a R$ 5,791. Naquele dia, o dólar caía 1,48%, cotado a R$ 5,783.
O petróleo, exportação relevante para a economia brasileira, contribuiu para a valorização do real, pois o aumento dos preços do petróleo resultou em mais entrada de dólares no país, valorizando a moeda brasileira ante o dólar. Com o arrefecimento da aposta em uma vitória do candidato republicano Donald Trump, o dólar perdeu força no exterior, especialmente por conta do movimento chamado de ‘Trump trade’.
Na sexta-feira, quando se soube que o ministro da Fazenda ficaria fora da viagem para a Europa, o mercado entendeu que não haveria anúncio de corte de gastos, e isso diminuiu a pressão sobre o câmbio. O cancelamento da viagem do ministro naquele domingo diminuiu ainda mais a pressão, o que contribuiu para o recuo do câmbio.
A recuperação do petróleo afetou também os contratos futuros de petróleo, que encerraram em forte alta após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados decidirem adiar o aumento na produção de óleo. Isso resultou em mais entrada de dólares no país, valorizando a moeda brasileira ante o dólar.
O avanço da candidata democrata Kamala Harris nas pesquisas eleitorais também contribuiu para a perda de força do dólar. Segundo pesquisas de intenções de voto, a candidata recuperou impulso em alguns estados decisivos, o que pode ter levado ao desmonte de operações favorecidas por Trump. As médias das pesquisas coletadas pelo ‘fivethirtyeight’ da ABC indicam que Trump ainda está à frente, mas com menos de 0,5% de vantagem em alguns estados chave.
Supondo que Harris conquiste todos os estados considerados seguros ou inclinados para os democratas (226 votos no colégio eleitoral), o dólar pode perder ainda mais força. Isso ocorreria devido à sinalização de protecionismo mais agressivo sob um governo Trump, o que enfraqueceria o dólar.
A expectativa sobre o pacote de medidas econômicas do governo, que deve ser anunciado ainda nesta semana, também pode influenciar o câmbio. Segundo o candidato do partido Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), Lula, o pacote deve incluir medidas para promoção de gastos, como investimentos em infraestrutura e redução de juros. Isso pode ajudar a fortalecer a moeda brasileira ante o dólar.
No entanto, a frota de navios com petróleo, que deveria chegar no dia 20 de março, pode influenciar o preço do petróleo e, consequentemente, o câmbio. Além disso, a alta expressiva dos preços do petróleo pode contribuir para a valorização do real ante o dólar, o que pode resultar em mais entrada de dólares no país.
Em resumo, a perda de força do dólar no exterior é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o avanço da candidata democrata Kamala Harris nas pesquisas eleitorais, a alta expressiva dos preços do petróleo e a expectativa sobre o pacote de medidas econômicas do governo. Além disso, a perda de força do dólar pode resultar em mais entrada de dólares no país, o que valoriza a moeda brasileira ante o dólar.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo