Virada de humor na moeda reflete perspectivas mais brandas para a política monetária no Brasil, com queda na taxa básica de juros e impacto no mercado financeiro, renda fixa brasileira e fluxo global dos investimentos.
O dólar começou a sessão em um ritmo estável, mas logo ganhou força no final da manhã devido às perspectivas de um menor diferencial de juros entre Brasil e EUA, o que afeta negativamente o valor do real. Essa mudança no mercado de câmbio pode ter um impacto significativo na economia brasileira.
Com a alta do dólar, a moeda americana avançou 0,23% e foi cotada a R$ 5,475 ao final dos negócios. Essa valorização da moeda estrangeira pode influenciar a inflação e o poder de compra do real, tornando os produtos importados mais caros para os consumidores brasileiros. A tendência de alta do dólar pode continuar se as perspectivas econômicas não melhorarem.
Flutuações no Mercado Financeiro
O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas principais, registrou alta de 0,47%. Essa mudança de humor na moeda americana acompanha perspectivas mais brandas para as políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil, o IPCA-15, que é um indicador de inflação, foi significativamente mais fraco do que o esperado pelos agentes do mercado financeiro. Isso sinaliza que a inflação local não é tão resiliente quanto se pensava.
Com isso, a necessidade de altas fortes na taxa básica de juros, a Selic, diminui. Atualmente, investidores estimam que a Selic chegará aos 12% no começo de 2025. No entanto, se a inflação continuar controlada, a rota do Banco Central (BC) para a política monetária pode mudar, o que poderia resultar em juros menores. Isso tornaria a renda fixa brasileira menos atraente, reduzindo o apelo do mercado a investidores estrangeiros que movimentam o fluxo global dos dólares.
Impacto Externo no Mercado
No exterior, as falas imprecisas e contraditórias de dirigentes do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) criam incertezas sobre os próximos cortes nos juros nos Estados Unidos. Isso leva a um movimento de retenção e atração do capital para o mercado americano, especificamente para a renda fixa deles, e enfraquece o real. Com o efeito duplo, a alta do dólar ganha tração globalmente e diante do real. Ontem (24), o dólar encerrou o pregão em queda firme após o governo chinês anunciar um pacote de estímulos econômicos. Ao final dos negócios, a moeda americana caía 1,30%, cotada a R$ 5,462.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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