Imagens realistas geradas por tecnologias inteligentes, capazes de distorcer a linha entre verdade e falso, pois as mensagens passadas podem ser vistas de ângulos diferentes.
No cenário atual, vivenciamos uma crise de confiança na informação, marcada pela proliferação de conteúdo enganoso. Isso implica que a percepção da verdade está cada vez mais afetada pela crise, tornando-se desafiador discernir entre o que é real e o que foi manipulado. A linha entre a autenticidade e a fabricação está se desfazendo, levando a uma confusão generalizada em relação à realidade.
A situação é agravada pelo avanço da era digital, que proporciona ferramentas para edição e manipulação de conteúdo de alta qualidade. No momento em que estamos vivendo, é fundamental que as pessoas estejam preparadas para questionar a veracidade dos conteúdos que consumem, seja na mídia, nas redes sociais ou em qualquer outra plataforma. A crise de confiança na informação é, de fato, um aspecto crítico da era digital. Com a facilidade de produção de conteúdo falso, é essencial que se desenvolva uma cultura de esclarecimento e autenticidade, permitindo que as pessoas consigam encontrar a verdade na era da desinformação.
A crise da confiabilidade: desvendando a verdade oculta
A dúvida sobre a veracidade do que observamos está se tornando cada vez mais comum e, sinceramente, a situação requer uma reflexão profunda. A era da tecnologia avançada e do comportamento humano complexo precisa ser analisada a partir de ângulos diferentes. Assine o The BRIEF, a diária que te mantém por dentro de todos os desenvolvimentos importantes.
A inteligência artificial generativa continua a avançar a cada dia. Não é à toa que os deep fakes, simulações de pessoas reais que podem copiar até mesmo a voz, são um assunto constante na discussão. O mais preocupante é que a disponibilidade de tecnologias capazes de transmitir essas imagens realistas supera significativamente o desenvolvimento de tecnologias capazes de detectar claramente a falsidade nelas.
Teoricamente, as próprias empresas que criam essas IAs deveriam investir no desenvolvimento de sistemas de discernimento entre realidade e artificialidade. No entanto, isso não está acontecendo. A crise de verdade e confiança é o resultado disso. Como podemos ter certeza do que consumimos online, afinal?
Ainda que alguns conteúdos sejam obviamente manipulados, quando usam elementos fantásticos, por exemplo, outros seguem padrões inteiramente realistas e impossíveis de distinguir a olho nu. O uso de deepfakes gera uma crise de confiabilidade nas imagens que vemos diariamente na internet.
O que nos resta é o viés da plausibilidade, por mais plausível que seja uma imagem ou vídeo, será que ele é real? Isso significa que devemos cultivar uma perspectiva crítica conceitual e intelectual sólida o suficiente, para tentar julgar e examinar imagens a fim de determinar sua validação. Ou seja: pergunte-se o contexto daquele conteúdo, de onde ele veio, quem publicou, qual mensagem ele tenta passar, a quem ele beneficia ou atrapalha.
Procure também mais informações a respeito; por exemplo, se é uma imagem de um suposto acontecimento público, será que não existem outras imagens de diferentes ângulos? Testemunhas humanas? Câmeras de segurança? Há cobertura jornalística investigando o ocorrido?
As redes sociais fazem com que o consumo seja tão imediato que essas perguntas, muitas vezes, são esquecidas. Entretanto, conforme adentramos essa era de dúvidas, precisamos recalibrar nossas mentes. Muitos de nós já têm feito isso, mas outros ainda não, e há um perigo real de manipulação e desentendimentos coletivos se não trabalharmos nossa análise crítica.
Além da mentalidade crítica e questionadora, devemos pedir mais das tecnologias e das empresas por trás delas. Precisamos construir um futuro em que possamos compartilhar a confiança no que vemos novamente. Isso pode vir no formato de novas ferramentas capazes de identificar IAs, ou que as próprias IAs necessariamente possuam alguma informação que esclareça seu uso, para que ninguém se confunda.
Fonte: @Tech Mundo
Comentários sobre este artigo