O quadro “O Grito” de Edvard Munch retrataria a explosão do vulcão Krakatoa, com céu laranja, nuvens e chuva ácida durante o pôr do Sol.
As obras de arte podem ser um reflexo de eventos marcantes da história humana, e um exemplo disso é a famosa pintura “O Grito”, do artista norueguês Edvard Munch. Segundo um grupo de pesquisadores, essa obra-prima pode estar relacionada a uma das maiores erupções da história moderna, a explosão do vulcão Krakatoa. A teoria é reforçada pelas datas e pela representação de um céu laranja no quadro, que pode simbolizar a atmosfera carregada de cinzas vulcânicas.
A atividade vulcânica do Krakatoa foi tão intensa que causou um desastre natural sem precedentes, afetando a atmosfera global e influenciando a arte da época. A teoria dos pesquisadores sugere que Munch pode ter sido inspirado por essa erupção catastrófica ao criar sua obra-prima, que é considerada um dos ícones da arte moderna. Além disso, a representação de uma figura com os ouvidos tapados pode simbolizar o barulho ensurdecedor da explosão do vulcão. A arte pode ser um reflexo do caos da natureza.
A Erupção que Inspirou uma Obra-Prima
A pintura de Edvard Munch, criada em 1893, é contemporânea à Erupção do vulcão Krakatoa, que ocorreu apenas dez anos antes. De acordo com uma hipótese, o artista teria testemunhado os efeitos da Erupção nos céus de Oslo, capital da Noruega, e se inspirado na cena para reproduzir as nuvens laranjas e assustadoras que aparecem no quadro. Os cientistas destacam que Munch olhava para o sudoeste, exatamente a região onde teriam aparecido os crepúsculos do Krakatoa no inverno de 1883.
A Erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883, foi uma das maiores da história, matando pelo menos 36 mil pessoas e causando tsunamis devastadores. A Explosão liberou uma enorme quantidade de dióxido de enxofre (SO₂) na atmosfera, que foi levada pelos ventos e causou reações químicas posteriores. Isso resultou no aumento da concentração de ácido sulfúrico (H2SO4) nas nuvens Cirrus, que passaram a refletir a luz do Sol com mais intensidade. O resultado foi uma queda de 1,2 °C nas temperaturas médias do Hemisfério Norte no verão daquele ano. Além disso, o pôr do Sol ficou alaranjado por meses.
A Erupção que Mudou o Céu
A Erupção do Krakatoa também causou um dos maiores barulhos já registrados no planeta. Segundo cálculos, o pico de som gerado superou o limite de dor humana, que é de 130 decibéis. A Erupção foi tão potente que pôde ser ouvida a cinco mil quilômetros de distância e causou a perda de audição de algumas pessoas. Embora o pintor provavelmente não tenha escutado este barulho, uma vez que vivia há uma distância maior do que estes cinco mil quilômetros, ele pode ter escutado relatos de outras pessoas em outras partes do mundo que ouviram este assustador som.
A figura no centro da pintura, que está tapando os ouvidos, pode ter sido inspirada por esses relatos. A teoria não é unanime entre a comunidade científica, mas as explicações parecem se enquadrar dentro dos reflexos causados por essa mega Erupção que marcou a história do nosso planeta. A Erupção do Krakatoa foi um desastre natural que teve consequências globais, incluindo a alteração do clima e a perda de vidas humanas. A pintura de Edvard Munch é um testemunho da inspiração que essa Erupção pode ter tido em um artista.
Fonte: @Olhar Digital
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