ouça este conteúdo
Representantes de Pequim garantiram aos americanos que não recorreriam a ameaças atômicas contra Taiwan depois das lutas convencionais. Detalhes estão sendo discutidos por funcionários e acadêmicos.
Os Estados Unidos e a China voltaram a discutir de forma semi-oficial sobre armas nucleares em março, pela primeira vez em cinco anos, com os representantes de Pequim assegurando aos seus homólogos norte-americanos que não fariam ameaças atômicas em relação a Taiwan, conforme relatado por dois delegados dos EUA. Os representantes chineses ofereceram garantias após os seus interlocutores norte-americanos expressarem preocupações de que a China poderia recorrer, ou ameaçar recorrer, a armas nucleares em caso de derrota em um conflito relacionado a Taiwan.
Pequim considera a ilha governada democraticamente como parte de seu território, uma reivindicação contestada pelo governo de Taipei. ‘Eles afirmaram aos representantes dos EUA que estavam plenamente confiantes de que conseguiriam vencer um confronto convencional sobre Taiwan sem recorrer a armas nucleares’, disse o acadêmico David Santoro, organizador norte-americano das conversas Track Two, cujos detalhes estão sendo divulgados pela Reuters pela primeira vez. A retomada das negociações entre EUA e China sobre armamento atômico é um passo significativo na busca pela estabilidade e segurança na região asiática.
Armas Nucleares em Destaque: Putin encerra visita a Hanói após fortalecer laços com Vietnã
Representantes de diversos países discutiram a possibilidade de uso de armamento atômico em diferentes cenários geopolíticos. Depois das tensões entre Ucrânia e Rússia, o Pentágono alertou para a possibilidade de a Ucrânia recorrer a armas dos EUA em um possível conflito com a Rússia. Enquanto isso, um vídeo mostrou um confronto tenso entre forças chinesas e filipinas no Mar da China, levantando preocupações sobre a segurança na região.
Os participantes nas conversações da Track Two, incluindo antigos funcionários e acadêmicos, discutiram a posição de seus governos em relação às armas nucleares. Enquanto as negociações entre governos, conhecidas como Track One, continuam, Washington e Pequim enviaram delegações para discutir questões cruciais. Em Xangai, funcionários e acadêmicos debateram detalhes sobre armas nucleares e a postura a ser adotada.
Enquanto as discussões informais prosseguem, a defesa taiwanesa monitora de perto os exercícios militares da China perto das ilhas controladas por Taiwan. O aumento do arsenal nuclear de Pequim preocupa autoridades, com estimativas indicando um aumento de mais de 20% entre 2021 e 2023. O Pentágono alertou que a China consideraria o uso nuclear em caso de ameaça à sua soberania, especialmente em relação a Taiwan.
As negociações da Track Two são parte de um diálogo de longa data sobre armas nucleares, interrompido temporariamente em 2019. Após a pandemia da Covid-19, as discussões foram retomadas, com um foco renovado em questões de segurança e energia. No entanto, a reunião em Xangai se concentrou especificamente em armas nucleares e postura, revelando as complexidades e desafios envolvidos.
Os funcionários e acadêmicos presentes expressaram suas opiniões e preocupações durante as discussões, destacando as dificuldades e frustrações enfrentadas por ambos os lados. Enquanto a luta por garantias de segurança continua, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessas negociações cruciais.
Fonte: @ CNN Brasil
Comentários sobre este artigo