Membro da Academia Brasileira de Letras, sofria de mal de Alzheimer e optou pela morte assistida devido a uma vida insuportável devido ao estado de saúde.
O poeta, filósofo e compositor brasileiro, Antonio Cícero, faleceu na manhã desta quarta-feira (23), aos 79 anos, na Suíça, após optar pela eutanásia, procedimento que lhe permitiu escolher o momento de sua morte. Ele vivia com mal de Alzheimer e, diante da progressão da doença, decidiu por esse caminho.
A escolha de Antonio Cícero pela eutanásia reflete a importância da discussão sobre a morte digna e o direito de escolher o momento de partir. No país onde ele morreu, a eutanásia é um procedimento legalizado, permitindo que as pessoas tomem controle de suas próprias vidas e mortes. Além disso, a morte assistida e o suicídio assistido são temas que também merecem ser discutidos, pois envolvem a questão da autonomia e da escolha individual. A vida é um direito, mas a morte também deve ser respeitada.
A escolha da eutanásia
Antonio Cícero, um renomado poeta e filósofo brasileiro, tomou a decisão de praticar eutanásia na Suíça, acompanhado pelo marido Marcelo Pies. A notícia foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), onde Cícero ocupava a cadeira 27 desde agosto de 2017. Em uma carta emocionante, Cícero explicou que sua vida havia se tornado insuportável devido ao mal de Alzheimer, que o impedia de se lembrar de coisas importantes e de realizar atividades que antes eram prazerosas.
Cícero, que sofria de Alzheimer, não conseguia mais escrever bons poemas nem bons ensaios de filosofia. Ele também não conseguia se concentrar para ler, que era uma das coisas que mais gostava de fazer. Apesar de tudo isso, ele ainda estava lúcido o suficiente para reconhecer sua terrível situação e tomar a decisão de praticar eutanásia. Ele acreditava que a convivência com os amigos era uma das coisas mais importantes da vida, mas agora se sentia envergonhado de reencontrá-los.
A escolha da morte digna
Cícero, que era ateu desde a adolescência, acreditava que a decisão de terminar sua vida era sua e de mais ninguém. Ele esperava ter vivido com dignidade e morrer com dignidade. Em sua carta, ele despediu-se dos entes queridos e agradeceu a presença deles em sua vida. A ABL também se pronunciou sobre a morte de Cícero, honrando sua liberdade de escolher a morte digna e respeitando seu gesto consciente de não mais permanecer entre nós.
Cícero faleceu sob os cuidados da Associação Dignitas, com o coração amparado pela presença de seu companheiro Marcelo Pies. Antes disso, ele fez sua derradeira despedida em Paris, cidade que tanto amou e que o inspirou. A ABL destacou que Cícero foi um poeta que retornou ao abraço das ruas e dos sonhos que um dia habitou.
A morte de Cícero levanta questões importantes sobre a eutanásia e a morte digna. A eutanásia é um tema complexo e controverso, que envolve questões éticas, morais e legais. No entanto, para Cícero, a eutanásia foi uma escolha pessoal e consciente, que lhe permitiu terminar sua vida com dignidade e respeito. A morte assistida e o suicídio assistido são temas relacionados à eutanásia, que também envolvem questões importantes sobre a autonomia e a dignidade da pessoa humana.
Fonte: @ Hugo Gloss
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