ouça este conteúdo
Pesquisa sobre Cristianismos aborda impactos das mudanças climáticas nas igrejas, relacionados ao aquecimento global e debates ambientais.
Os evangélicos que participam da Marcha para Jesus compreendem as alterações climáticas como consequência da atividade humana e concordam que suas igrejas devem discutir o tema, conforme estudo realizado pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Além disso, os praticantes evangélicos também reconhecem a importância de se engajar em ações que promovam a sustentabilidade ambiental, demonstrando assim uma postura ativa em relação às questões ecológicas.
Evangélicos na Marcha para Jesus abordam mudanças climáticas
De acordo com o estudo recente, uma parcela considerável de evangélicos praticantes está atenta aos impactos do aquecimento global e da mudança climática em suas vidas diárias. A pesquisa Cristianismos e narrativas climáticas analisa como grupos católicos e evangélicos interpretam os debates sobre o meio ambiente, natureza e mudanças climáticas. Os dados visam aprofundar a compreensão das perspectivas dos cristãos brasileiros sobre questões climáticas.
Realizado por meio de abordagens quantitativas e qualitativas, o estudo entrevistou participantes nas Marchas para Jesus em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, entre junho e dezembro de 2023. Cerca de 673 entrevistas foram conduzidas, com 53% dos entrevistados com idades entre 16 e 39 anos. Na segunda etapa da pesquisa, o uso de mídias digitais por grupos religiosos foi analisado, juntamente com as narrativas ambientais e climáticas veiculadas.
A antropóloga Jacqueline Teixeira, da Universidade de Brasília (UnB), liderou o estudo e destacou que os resultados auxiliam na revisão de estereótipos associados aos evangélicos, especialmente os participantes das Marchas para Jesus, que se engajam ativamente em suas comunidades de fé. Eles demonstram interesse em compreender e qualificar as informações sobre as questões climáticas, rejeitando fake news, como a crença na terra plana e a negação do aquecimento global.
Jacqueline ressalta que indivíduos engajados nas práticas religiosas mostram abertura para discutir as pautas climáticas, sem associações políticas. Eles rejeitam o negacionismo climático e reconhecem a responsabilidade humana na resolução dessas questões, enfatizando a importância das ações governamentais. Além disso, o estudo revela que diversas justificativas teológicas são empregadas para explicar as mudanças climáticas e desastres ambientais.
Em meio aos debates sobre o meio ambiente, os evangélicos participantes das Marchas para Jesus se destacam por sua conscientização e engajamento ativo, contribuindo para uma reflexão mais ampla sobre as questões climáticas e a responsabilidade coletiva na preservação do planeta.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo