Força Nacional chega ao estado após treinamento armado de traficantes no complexo da Maré, indicando crime organizado.
A Força Nacional no Rio de Janeiro completa um ano de atuação com números abaixo do esperado pelo governo estadual. O envio das tropas foi um dos principais pontos do plano de segurança lançado em outubro.
No entanto, os dados acumulados não refletem o alvoroço gerado pelo anúncio da Força Nacional. De acordo com o Centro de Operações da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio, a presença dos militares não conseguiu reduzir significativamente a criminalidade na cidade. A arma de fogo continua sendo o principal comparsa nas prisões, inclusive no caso de um dos maços de cigarros supostamente envolvidos com o tráfico de drogas em uma das principais operações da Força Nacional, que resultou na prisão de 19 pessoas.
Força Nacional no Rio: desempenho com foco em cigarros e maços
A Força Nacional esteve presente no Rio de Janeiro, após a revelação de um treinamento armado de traficantes no complexo da Maré, zona norte da capital fluminense, com estilo militar, ocorrido em uma área de recreação. Nessa época, três médicos foram mortos em um quiosque da Barra da Tijuca, durante um congresso de medicina. Um deles foi confundido com um miliciano, conforme investigação. O governador Cláudio Castro (PL) solicitou a ajuda do governo federal, e o então ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou o envio da Força Nacional. A Força Nacional é composta por policiais militares, policiais civis, bombeiros e peritos de diferentes estados, fazendo parte da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), vinculada ao Ministério da Justiça. A promessa era troca de informações entre polícias estadual e Federal e ‘asfixia’ ao crime organizado. Os agentes não atuaram dentro das favelas por não conhecerem as particularidades das comunidades cariocas. O objetivo foi patrulhar especialmente rodovias, em apoio à PRF (Polícia Rodoviária Federal), e dar apoio à PF no aeroporto internacional do Rio.
Ação da Força Nacional no Rio de Janeiro
Durante 13 meses, a Força Nacional no Rio de Janeiro apreendeu 10.100 maços de cigarros, com uma alta frequência de apreensões de cigarros. Além disso, a Força Nacional abordou 40.955 pessoas e 7.088 motociclistas. A presença da Força Nacional no estado foi prorrogada sete vezes, com a mais recente estendendo a operação até março de 2025.
Treinamento armado e mortos de agentes
São medidas improvisadas, paliativas e sem impacto nenhum, afirma o coronel da reserva da Polícia Militar e cientista social Robson Rodrigues, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Três mortes de agentes ocorreram durante o período de operação no Rio. Em 2023, Edmar Felipe Alves, 36, foi morto na porta da casa, onde morava com outros agentes, na zona oeste. Ele era de Alagoas. Alves saiu de casa após ouvir tiros na rua. Um homem que havia acabado de cometer feminicídio, segundo investigação, disparou contra Edmar. No mesmo dia, agentes da Força Nacional entraram por engano na comunidade do Chapadão, em Costa Barros, zona norte, e tiveram as armas roubadas. Em 2024, dois agentes morreram em casos relacionados à doenças, ocorridos em razão do serviço. O ministério não detalhou as circunstâncias. Ao todo, 596 agentes foram enviados ao Rio de Janeiro para a operação, sendo 365 em 2023 e 231 em 2024.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo