Papéis de JBS, BRF e Marfrig têm altas entre 40% e 70% em 2024, impulsionados pela demanda por carne e margens de lucro, apesar da queda do preço e custos dos frigoríficos.
A indústria de frigoríficos segue em alta no Brasil. Após um ano de crescimento, o setor de frigoríficos continua a se destacar no mercado. Com a demanda por produtos de carne em alta, as empresas de frigoríficos estão investindo em tecnologia e infraestrutura para atender às necessidades dos consumidores.
No entanto, a alta da Selic e a perspectiva de que os juros continuem subindo podem afetar a rentabilidade das empresas de frigoríficos. A indústria de alimentos é um dos setores mais sensíveis às mudanças econômicas. No entanto, as empresas de frigoríficos estão se adaptando às novas condições e buscando oportunidades de crescimento no mercado. A tecnologia é um dos principais fatores que podem impulsionar o crescimento do setor de frigoríficos.
Desempenho dos Frigoríficos no Mercado
No caso dos frigoríficos, três das quatro representantes do setor no Ibovespa apresentaram altas consistentes no ano, variando de aproximadamente 40% a quase 70% em 2024. Segundo analistas, esse bom desempenho foi resultado da melhora do setor e de acontecimentos específicos de cada empresa. Mas será que ainda há espaço para mais ganhos? Segundo analistas, sim, mas é preciso ter cuidado ao investir.
Fatores que Contribuíram para o Sucesso dos Frigoríficos
A alta das ações dos frigoríficos neste ano foi uma combinação da melhora do cenário para o setor e de acontecimentos específicos em cada uma das empresas. Do ponto de vista de contexto, uma das principais explicações foi a queda do preço de grãos como milho e soja. Como essas commodities são a base da alimentação de frangos e suínos, o barateamento delas significou também uma queda nos custos dos frigoríficos.
‘Os custos do setor estavam bastante elevados. Então, desde o final do ano passado e no início desse ano, tivemos uma queda nas commodities de grãos, o que deixou os custos dos frigoríficos interessantes. Com isso, muitos deles reverteram prejuízos e passaram a registrar lucro’, afirma João Daronco, analista da Suno. Segundo o especialista, essa mudança também ajudou a diminuir o endividamento dessas empresas, também chamado de alavancagem financeira.
Impacto da Queda da Alavancagem Financeira
Isso acontece porque, ao reduzir seus custos, a empresa aumenta suas margens de lucro. Com margens maiores, a companhia apresenta melhores resultados e melhora sua geração de caixa. Como a alavancagem é a relação entre o endividamento líquido e a geração de caixa, esse aumento permite que a empresa gere mais lucro em relação às dívidas, reduzindo sua alavancagem financeira e, consequentemente, o risco associado.
Portanto, além de melhorar o financeiro da companhia, a queda da alavancagem também melhorou a percepção dos próprios investidores em relação às empresas, o que aumentou a demanda por suas ações e ajudou a puxar os papéis para cima. Um outro ponto positivo do ponto de vista contextual que ajudou essas companhias foi a melhora do próprio mercado e da demanda.
Demandas por Carne e Impacto no Setor
Segundo Leonardo Alencar, principal analista de agro, alimentos e bebidas da XP, a demanda por carne suína das Filipinas e do Sudeste Asiático está forte, bem como a demanda da China e da América do Norte por carne bovina, tendo em vista que lá é um momento do ciclo em que há mais escassez. Mas, segundo o analista, cada uma das empresas aproveitou esse cenário de maneira diferente. Aliado a alguns ajustes internos, isso culminou em bons resultados.
A JBS, por exemplo, foi apontada pelo analista como sua favorita do setor. As ações da companhia subiram mais de 85% nos últimos 12 meses e mais de 42% só neste ano. Segundo Alencar, sua diversificação é um dos principais trunfos, especialmente agora em que quase todos os segmentos da companhia estão indo bem.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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