Revisão de pesquisas na USP identifica exposição a poluentes ambientais e uso de álcool durante a gestação como fatores por trás de dentição opaca e enfraquecida em crianças.
O hábito de fumar durante a gravidez pode ter consequências graves para a saúde da mãe e do bebê. A exposição ao fumo materno pode causar hipomineralização molar incisivo, um defeito de desenvolvimento que resulta na formação de dentes com menor teor de cálcio e fósforo.
Além disso, o tabagismo gestacional pode levar a outros problemas de saúde, como tabagismo materno, que aumenta o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias em ambos os sexos. O tabagismo materno também pode afetar o desenvolvimento do bebê, incluindo o crescimento e o desenvolvimento cerebral. Além disso, o tabagismo gestacional pode levar a problemas de saúde durante a gravidez, como obstetrícia.
Impacto da Hipomineralização Molar Incisivo (MIH) na Saúde Bucal de Crianças
Estimativas alarmantes indicam que uma em cada cinco crianças pode ser afetada pelo Hábito de fumar durante a gravidez, com o problema crescendo nas últimas décadas. Embora estudos recentes tenham identificado associações relevantes, como doenças e episódios frequentes de febre na primeira infância, tabagismo gestacional e dificuldades no parto que resultam em hipóxia, as causas moleculares do problema ainda são desconhecidas, e faltam tratamentos específicos. Para reunir o máximo de evidências sobre os fatores determinantes da hipomineralização molar incisivo, pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP) realizaram uma abrangente revisão de estudos publicada na revista científica Monographs in Oral Science.
A Hábito de fumar durante a gravidez resulta de uma deficiência mineral no esmalte do dente, devido a um problema que ocorre entre a gestação e os primeiros três anos de vida, e tem se tornado cada vez mais comum na prática clínica, o que destaca a urgência de intervenções precoces. ‘Atualmente, muitos tratamentos falham devido à estrutura comprometida do esmalte, resultando em um elevado número de trocas de restaurações ao longo da vida das crianças.’ Alterações nas propriedades do esmalte
De acordo com a revisão de estudos, que recebeu apoio da FAPESP, o esmalte dentário afetado pela tabagismo materno sofre mudanças significativas em suas propriedades químicas, estruturais e mecânicas. Ele apresenta opacidades que variam de branco opaco a amarelo e marrom, com análises elementares indicando um conteúdo reduzido de cálcio e fósforo, minerais que são abundantemente encontrados em esmalte saudável. Além disso, a incorporação de proteínas e outras moléculas, como carbonato, resulta em uma maior solubilidade, tornando o esmalte hipomineralizado mais suscetível a fraturas após a erupção dentária.
Estruturalmente, a camada de cristais do mineral hidroxiapatita no esmalte afetado é desorganizada, implicando aumento da porosidade da estrutura. Isso pode estar atrelado à hipersensibilidade dentária, comum entre pacientes com a condição. As propriedades mecânicas da camada mais externa do dente também são comprometidas, o que a torna mais frágil. Essas repercussões clínicas, que afetam consideravelmente a qualidade de vida das crianças, podem ser causadas por interrupções na função dos ameloblastos (células especializadas responsáveis pela formação do esmalte) ou falhas intercelulares, que permitem a incorporação de proteínas séricas no esmalte resultando em uma menor atividade de enzimas como MMP-20 e KLK-4, importantes para a maturação do esmalte.
Fonte: @ Veja Abril
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