Fusão entre empresas de educação à distância demandaria venda de ativos, mas seria aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, conquistando fatia do mercado nacional.
A possibilidade de uma fusão entre as empresas Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) ou Vitru Educação (VTRU3) tem sido discutida, e segundo o Santander, essa fusão poderia ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), desde que haja a venda de parte dos ativos.
No entanto, para que essa fusão seja bem-sucedida, é necessário que haja uma combinação estratégica dos recursos e ativos das empresas envolvidas. Além disso, é fundamental que haja um acordo claro e transparente entre as partes, garantindo que a consolidação dos negócios seja feita de forma eficiente e eficaz. Com isso, a fusão pode ser um passo importante para o crescimento e desenvolvimento das empresas envolvidas. A chave para o sucesso está na execução.
Fusão no Setor de Ensino à Distância: Análise do Santander
O banco Santander considera que uma consolidação no setor de ensino à distância no curto prazo é improvável, devido às diferenças de avaliações entre as empresas e à incerteza regulatória. No entanto, os analistas Caio Moscardini e Karolina Silva Correia destacam que um acordo entre a Yduqs e a Vitru ou Cogna, pelo preço certo, poderia gerar valor para os acionistas e ser aprovado com algumas restrições.
Em sua visão, qualquer acordo exigiria alguns desinvestimentos no segmento de ensino à distância, mas a agência antitruste aprovaria. Além disso, os analistas destacam que um possível acordo entre Yduqs e Vitru levaria à criação de uma companhia com controle sobre uma significativa fatia de mercado nacional no ensino à distância, o que poderia criar problemas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC) de 2022, uma combinação da Vitru e da Yduqs levaria a uma fatia combinada do mercado nacional de EAD de 36%, que está acima do limite de 30% que tem sido usado pelas autoridades antitruste para determinar um mercado concentrado. No entanto, os analistas observam que as empresas se complementam geograficamente, com a Yduqs mais forte no Sudeste e Nordeste, e a Vitru mais forte na região Sul.
Combinação de Negócios: Yduqs e Cogna
Em relação a uma possível fusão entre Yduqs e Cogna, os analistas do Santander também destacam que essa combinação de negócios hoje tem chances de ser aprovada porque a participação de mercado no segmento de EAD das empresas atualmente é menor quando comparada a 2017, quando o Cade vetou a transação. Neste momento, os analistas acreditam que o negócio seria aprovado pelo Cade com alguns desinvestimentos.
O banco estima que a participação nacional combinada de mercado para Yduqs e Cogna no ensino à distância esteja agora em cerca de 29% em nível nacional. Esse percentual está abaixo do limiar de concentração de 30% que o MEC geralmente aplica nesse tipo de análise. No entanto, os analistas observam que existem cerca de 556 cidades em que a participação de mercado combinada está acima do limite de 30%.
Na modalidade presencial, a participação de mercado combinada fica na casa dos 9% em nível nacional. A análise para o segmento presencial é feita, geralmente, considerando o município. Em sua análise, os analistas conseguiram encontrar apenas quatro cidades, nas quais a participação de mercado combinada está acima dos 30%. Em sua opinião, isso aumenta a probabilidade de um acordo, especialmente considerando o pequeno impacto de qualquer desinvestimento do segmento presencial.
Os municípios com alta concentração de participação de mercado são Campo Grande (MS), Imperatriz (MA), Macapá (AP) e São José (SC). O relatório do Santander mostra ainda que a Yduqs tem uma fatia de mercado no segmento de cursos presenciais acima de 30% em 14 cidades diferentes. No entanto, a combinação com Cogna criaria problemas de concentração em apenas quatro cidades.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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