Dados analisados por análise semântica em registros eletrônicos de prontuário de 13 mil mulheres vítimas de violência no Recife.
Em muitos casos, a violência contra a mulher é um problema pública de saúde, que pode afetar a saúde mental e física das vítimas. Com o objetivo de entender melhor essas mudanças nos padrões de busca por atendimento médico, pesquisadores analisaram dados de mulheres que buscam atendimento em unidades básicas de saúde.
Os resultados mostram que as mulheres que sofrem violência mudam seu comportamento em relação à saúde 92 dias antes de sofrerem agressões mais graves, como ferimentos graves ou morte. Elas começam a buscar mais atendimento médico e a se queixar mais de problemas relacionados à saúde mental. Além disso, as vítimas podem apresentar sinais de agressão, como marcas de mordidas, perfurações ou choques elétricos. A violência é um problema que afeta não apenas a saúde física, mas também a saúde mental de suas vítimas.
Análise de Registros Médicos Revela Padrões Chocantes de Violência
A violência contra as mulheres é um problema crônico em muitas partes do mundo, e o Brasil não é exceção. Um estudo pioneiro realizado no Recife, em parceria com a FrameNet Brasil, laboratório de linguística computacional da UFJF, analisou registros médicos de 13 mil mulheres vítimas de violência no município nos últimos dez anos. A pesquisa utilizou análise semântica e inteligência artificial para cruzar informações do Sinan com dados do prontuário eletrônico de pacientes atendidas na atenção primária à saúde, revelando sinais de violência precoces.
O estudo identificou um caso em que a morte de uma mulher foi classificada como acidente no Sinan, mas no prontuário médico constava que a vítima havia sido arremessada de um caminhão pelo parceiro. Essa violência não foi notificada no sistema de saúde, o que agravou a situação. O estudo busca entender o que acontece antes dessas notificações mais graves de violência, que aparecem nos hospitais, prontos-socorros e delegacias de polícia.
A pesquisa mostrou que apenas um quinto (19,5%) das notificações de violência contra a mulher no Sinan é feita pela atenção básica, enquanto a maioria (80%) é realizada pelos hospitais e prontos-socorros. Uma notificação tardia é uma oportunidade perdida em agir para evitar a hospitalização ou morte daquela mulher. Com o objetivo de criar ferramentas que ajudem os profissionais na identificação dessas vítimas o mais cedo possível, o estudo destaca a importância de prevenir o agravamento da violência.
Os dados de prontuários foram anonimizados para a realização do estudo. Não é apenas apagar o nome, a idade e o endereço, mas outros dados sensíveis que, por uma questão de privacidade, não podem ser usados. A partir desses dados, é possível criar estratégias para reduzir a subnotificação da violência contra a mulher no sistema de saúde e prevenir o agravamento dos casos.
A violência contra a mulher é um ciclo que se agravando, e é a atenção básica que atende essas mulheres de forma rotineira. Entender o que acontece na atenção básica em relação à violência é fundamental para criar ferramentas que ajudem os profissionais na identificação dessas vítimas o mais cedo possível. Um estudo anterior feito pela Vital Strategies em Goiânia mostrou que entre as mulheres que tiveram casos de violência notificados e encaminhadas para algum serviço, o risco de morte caiu em média 60%.
Prevenção da Violência: Um Desafio para a Sociedade
A violência é um problema complexo que envolve não apenas a saúde pública, mas também a sociedade como um todo. A prevenção da violência contra a mulher é um desafio que exige a atenção e a cooperação de todos os setores da sociedade. A atenção básica é fundamental para identificar as vítimas de violência e prevenir o agravamento dos casos.
A inteligência artificial e a análise semântica podem ser ferramentas valiosas para identificar padrões de violência e prevenir o agravamento dos casos. No entanto, é fundamental garantir a privacidade dos dados e proteger as vítimas de violência. A criação de ferramentas que ajudem os profissionais na identificação dessas vítimas o mais cedo possível é fundamental para prevenir o agravamento da violência.
Conclusão: A Violência Contra a Mulher é um Problema que Exige Ação
A violência contra a mulher é um problema crônico que exige a atenção e a cooperação de todos os setores da sociedade. A prevenção da violência contra a mulher é um desafio que exige a atenção básica, a inteligência artificial e a análise semântica. É fundamental garantir a privacidade dos dados e proteger as vítimas de violência. A criação de ferramentas que ajudem os profissionais na identificação dessas vítimas o mais cedo possível é fundamental para prevenir o agravamento da violência. A ação é necessária para combater a violência contra a mulher e proteger as vítimas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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