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Mercado de ações brasileiro patina, mas junho traz alívio após percalços. Investidor respira entre embates, incertezas e noticiário internacional.
No mês atual, o Ibovespa tem se destacado, mesmo com a volatilidade do mercado financeiro. Enquanto o dólar apresenta alta, o cenário político e econômico do Brasil permanece agitado, com embates entre diferentes setores. Apesar disso, o Ibovespa segue em trajetória positiva, caminhando para encerrar o mês de junho com ganhos em comparação ao período anterior.
O mercado acionário tem sido influenciado por diversos fatores, mas o desempenho do Ibovespa reflete a resiliência dos investidores diante das oscilações. Mesmo com os desafios enfrentados, o Ibovespa mostra-se como um índice de referência importante para acompanhar a situação econômica do país.
Ibovespa: o destaque do dia no mercado acionário
O índice acionário encerrou o pregão com ganhos de 1,36%, atingindo os 124.308 pontos, mostrando sua resiliência em meio ao embate entre Executivo, Planalto, e Congresso. No acumulado do mês, o Ibovespa registra uma alta de 1,81%, porém ainda apresenta uma queda de 7,36% no ano, refletindo a pura sofrência vivenciada pelos investidores. O volume de negociações da bolsa se manteve estável, em linha com os R$ 17 bilhões dos últimos 12 meses, após vários pregões de giro fraco.
Hoje, o Ibovespa se beneficiou do noticiário internacional, com os investidores mais abertos ao risco após o PIB dos Estados Unidos indicar desaceleração da atividade econômica no país. Além disso, a fala de um dirigente do BC americano, sinalizando possíveis reduções nas taxas de juros, contribuiu para o cenário positivo nos mercados.
Essa conjuntura favorável não só impactou a bolsa, mas também a curva de juros, resultando na queda das taxas dos títulos públicos americanos. Essa movimentação aliviou a pressão sobre o dólar, que vinha registrando alta de quase 5% no mês. Na quarta-feira, 26, a moeda atingiu sua maior cotação em dois anos e meio.
Com os juros em alta nos EUA, os investidores têm migrado para a renda fixa americana, considerada altamente segura e com baixo risco de calote. Esse movimento tem impactado o mercado financeiro global, com saídas de recursos das bolsas americanas e de mercados emergentes.
Nesta quinta-feira, o dólar comercial apresentou uma leve queda de 0,20%, sendo negociado a R$ 5,51. No acumulado do ano, a moeda norte-americana acumula uma alta de 13,5%. Enquanto isso, o Ibovespa tem visto uma recuperação, ainda distante da máxima de 134 mil pontos alcançada em dezembro de 2023.
Apesar das incertezas quanto à redução dos juros nos EUA, o Ibovespa mantém-se 5,70% acima do patamar do mesmo período do ano anterior. A perspectiva de uma possível queda das taxas de juros nos EUA no segundo semestre anima os investidores, que vislumbram um cenário semelhante ao rali observado nos últimos meses de 2023.
Contudo, tanto fatores internacionais, como a fragilidade das economias chinesa e europeia, quanto questões domésticas, como a preocupação com as contas públicas, contribuem para a aversão ao risco no mercado brasileiro. O embate entre mercado e governo sobre cortes de gastos e aumento da arrecadação gera tensão, com empresários receosos de um aumento da carga tributária.
A elevação dos juros futuros, impulsionada pelo risco fiscal e pelas taxas nos EUA, reflete a necessidade das economias emergentes oferecerem prêmios mais atrativos para os investidores. Assim, a volatilidade nos mercados permanece, enquanto se aguarda por novos desdobramentos tanto no cenário nacional quanto internacional.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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