A bolsa brasileira subiu graças ao peso das commodities, enquanto os juros recuaram, trazendo estímulos à economia e impulsionando ativos de risco.
A bolsa brasileira encerrou a segunda-feira (7) com um desempenho positivo, impulsionada pelo crescimento das ações do setor de commodities. A bolsa foi influenciada pelo bom desempenho de empresas como a Vale e a Petrobras, que registraram altas significativas. A mineradora e as siderúrgicas aproveitaram o otimismo gerado pelos estímulos à economia chinesa, enquanto a Petrobras e as petroleiras juniores se beneficiaram do aumento do preço do petróleo.
No mercado, o índice de ações refletiu a tendência positiva, registrando um fechamento em alta. O pregão foi marcado por uma grande liquidez, com muitos investidores aproveitando a oportunidade para comprar ações de empresas que se beneficiam do crescimento da economia global. A bolsa brasileira continua a ser um dos principais destinos para investidores que buscam aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado de commodities. A bolsa é um importante indicador da saúde econômica do país e seu desempenho é cuidadosamente monitorado por investidores e analistas.
Pressão Geopolítica e Bolsa
A tensão geopolítica continua a influenciar o mercado, levando os investidores a buscar ativos mais seguros. Nesse cenário, o desempenho positivo do índice Ibovespa hoje é mais resultado do peso das commodities em sua composição do que do humor do mercado ou boas oportunidades na nossa bolsa. O Ibovespa avançou 0,14% aos 131.977 pontos, mas chegou a ultrapassar a casa dos 132 mil pontos durante o pregão. Neste mês, o índice sobe 0,12%, mas se mantém em campo negativo de 1,64% no acumulado do ano.
O giro financeiro foi novamente fraco, alcançando R$ 13,4 bilhões durante as negociações. O volume ficou abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,6 bilhões. A bolsa brasileira continua a sentir os efeitos dos estímulos à economia, mas os conflitos geopolíticos e a escalada do conflito no Oriente Médio têm levado a uma aversão ao risco nos índices de Nova York.
Conflitos e Mercado
O ataque do grupo palestino Hamas a Israel, que culminou com o sequestro de reféns, completa um ano hoje. O evento desencadeou uma série de retaliações das forças israelenses e intensificou as tensões na região. Embora o preço do barril de petróleo tenha mudado pouco no recorte de 12 meses, ele voltou a subir nas últimas semanas, com a escalada do conflito que agora conta com a participação do Irã, uma potência nuclear.
Enquanto o encarecimento da commodity trouxe alívio para a bolsa brasileira, levou a uma aversão ao risco nos índices de Nova York. Após dados fortes do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o aumento nos preços de petróleo têm efeito inflacionário que preocupa o suficiente para fazer com que as taxas de juros voltem a subir.
Revisões e Expectativas
As revisões dos dados da economia americana na semana passada, como o de poupança, mostraram que os americanos ainda têm reservas monetárias e podem continuar consumindo, demonstrando que o país não está em desaceleração como era o receio dos mercados. Por um lado, o risco de recessão se afasta, por outro o de mais juros volta a mexer com os ativos.
O dólar voltou a subir, impulsionado pelo aumento das taxas nos títulos públicos americanos. Quando eles oferecem mais retorno, atraem investidores para a renda fixa considerada a mais segura do mundo. Desse modo, os recursos em dólar saem de países emergentes, como o Brasil, e depreciam as moedas locais. A moeda americana avançou 0,55%, fechando a R$ 5,49. No mês, já sobe 0,70%, aumentando a alta acumulada de 13% no ano.
A semana reserva uma agenda cheia de indicadores, como inflação nos Estados Unidos, e início da temporada de balanços no exterior. No Brasil, é aguardado o resultado da inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado do presidente Lula à presidência do Banco Central. São esses indicadores que irão ajudar os investidores a calibrar as expectativas em relação à política monetária dos dois países. Mais do que saber se haverá ou não ajustes nas taxas, o mais importante é entender a magnitude dessas mudanças.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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