Banco contesta ex-diretor que teria recebido R$ 4,86 milhões indevidamente em ação civil no serviço da Comissão de Valores Mobiliários.
O Itaú Unibanco apresentou uma ação civil contra Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro, e Eliseu Martins, por transações financeiras suspeitas entre os dois, que poderiam ter beneficiado o ex-executivo.
A instituição financeira identificou uma sociedade e transferências de recursos entre os dois, o que levou a uma ação contra Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú Unibanco, e Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do país. A empresa pretende esclarecer a situação, evitando danos à sua reputação.
Itaú afirma que ex-diretor prestava serviços de parecerista ao mercado enquanto atuava no banco
O Itaú acusou o ex-diretor financeiro (CFO) Fernando Broedel de ter omitido serviços prestados a sociedade de Martins, fornecedor do banco, enquanto atuava como diretor financeiro. Segundo a instituição financeira, Broedel teria omitido que mantinha sociedade com Martins, fornecedor do Itaú, e que exercia atividade externa de consultor e parecerista.
A instituição financeira afirma que o ex-diretor financeiro teria cometido grave descumprimento do Código de Ética do Itaú, ao manter serviços de consultoria e parecerismo com a sociedade de Martins, enquanto ocupava o cargo de CFO. A instituição financeira também afirma que o ex-diretor financeiro teria recebido pagamentos de R$ 13,255 milhões em decorrência desses serviços
De julho a setembro: Itaú apura serviços prestados por Broedel
Em julho, Broedel anuncia sua saída do Itaú para assumir um posto global no Santander, na Espanha. Em agosto, o Itaú dá início a apurações internas para entender se Broedel prestava serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto atuava como diretor financeiro (CFO). Em setembro, o banco encerra todos os vínculos mantidos com Broedel, que cumpria quarentena.
De outubro a dezembro: Itaú anula contas de ex-diretor e toma medidas legais
Em outubro, o Itaú decide anular as contas do ex-CFO e tomar as ‘medidas legais cabíveis’ contra o executivo. Em novembro, a instituição financeira ingressa com ação civil contra Broedel. Em dezembro, o banco realiza assembleia e decide anular as contas do ex-CFO, tomando as ‘medidas legais cabíveis’ contra o executivo.
Quem são as pessoas envolvidas?
– Fernando Broedel: ex-diretor financeiro (CFO) do Itaú, que deixou o cargo em julho para assumir como chefe de contabilidade global do Santander, na Espanha. Broedel foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 2010 e 2012 e, antes disso, era consultor do escritório Mattos Filhos. É formado em Contabilidade e Direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde também leciona há 22 anos.
– Martins: uma das maiores referências em contabilidade do país, Martins é consultor, palestrante e parecerista da área contábil. Ele é bacharel, doutor e livre-docente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), e é também professor emérito da instituição. Foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 1985 e 1988 e depois novamente entre 2008 e 2009. Foi também diretor de fiscalização do Banco Central (BC) entre 1990 e 1991.
Quais são as empresas envolvidas?
O caso envolve três empresas, além do Itaú. A primeira é a Broedel Consultores, criada em 1998 por Broedel, ou seja, bem antes do seu ingresso no Itaú. Martins se tornou sócio do ex-CFO na consultoria nesse mesmo ano. A segunda é a Care Consultores, sociedade entre Martins e seu filho Eric Martins. A empresa atuava fornecendo pareceres para o Itaú. A terceira é a Evam Consultores, sociedade formada por dois filhos de Martins, Eric e Vinicius Martins.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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