Periferias sofrem preconceitos semelhantes ao desdém em Nazaré, natal de Jesus, marcado por maus-tratos e cátedra de religiosos.
Na região de Nazaré, no século I, Maria e seu esposo José nutriam um filho carregado de importância, Jesus. A família se destacava pelo seu status humilde, demonstrando a proximidade do Cristo com o povo pobre.
Hoje, esse quadro não é diferente em uma reportagem que retrata a vida de Jesus entre o povo periférico de uma favela brasileira. A série do Visão da Correia narrou a história de um Jesus que poderia muito bem ser encontrado em alguma favela brasileira. Ele poderia ser um deles, entre a multidão de pessoas em situação de rua. O lado de quem Jesus estaria seria o daqueles que lutam contra as desigualdades sociais, com a esperança de um futuro melhor.
Fazendo a ligação entre Jesus e a vida nas periferias
Jesus, figura carismática, seria rejeitado em qualquer lugar, incluindo as periferias, diz padre Júlio
Os moradores das periferias são aqueles que vêem na figura de Jesus Cristo uma mensagem de esperança e liberdade, principalmente na época em que ele nasceu, na Cisjordânia. Nesse contexto, Jesus não era visto como um messias, mas sim como um dos muitos pobres que viviam nas periferias das cidades. Ele era considerado inferior à sociedade dominante da época, e era rejeitado por muitos por suas ações.
Na visão do padre Júlio Lancellotti, Jesus seria uma figura muito próxima à sociedade periférica. Ele nasceria nas periferias das cidades, onde as pessoas vivem em condições precárias, e seria uma figura carismática, com uma mensagem de esperança e liberdade. O padre lembra que os primeiros a saberem do nascimento de Jesus foram os pobres de Nazaré, que eram considerados uma maldição e uma ameaça ao poder romano.
O pastor Leandro Rodrigues, da Igreja Inclusiva Habitar, acredita que Jesus certamente nasceria em um hospital público, em condições precárias, e seria criado de forma igualmente precária na periferia. Ele diz que Jesus era desacreditado da mesma maneira que a sociedade não acredita nos talentos e nos potenciais de muitos que vivem nas periferias, nos morros, nas favelas.
Para o professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), André Chevitarese, Jesus seria como muitos camponeses simples, paupérrimos, anônimos. Ele diz que a religião que Deus aceita como pura e imaculada é a de cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
Frei David Santos, franciscano, fundador do pré-vestibular Educafro, diz que Jesus nasceria em três favelas brasileiras: Ceilândia, no Distrito Federal; Rocinha, no Rio de Janeiro; e Paraisópolis, em São Paulo. Ele acredita que Jesus seria espancado, torturado e talvez executado se tivesse nascido em uma dessas favelas, devido à falta de dignidade e à violência que caracterizam a vida nas periferias.
Fonte: @ Terra
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