Região do Sudeste enfrenta queda de 5% nos leitores entre 2020 e 2023, segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, que indica 51% de leitores em 2020 e 46% em 2023, com leitores e população tendo maior frequência de leitura dos livros impressos e capixabas tendo maior frequência de leitura de livros digitais, sendo a editora e livraria as opções mais utilizadas em ambos os gêneros, com entrevistados em 46 municípios.
Os capixabas se destacam em relação aos demais estados da Região Sudeste, com exceção da Ilha de São Luís, que aparece em segundo lugar com 46% de leitores. A pesquisa revela ainda que a leitura também é uma atividade frequente em outras regiões do país, como o Nordeste e o Centro-Oeste.
A 6ª edição da pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’ apresentou outros dados importantes. A pesquisa encontrou que 61% dos capixabas têm algum livro em casa, e que 70% dos leitores do estado dizem que leem livros de ficção, especialmente romances e crônicas. A leitura é uma atividade que se alinha a outros hobbies, como o cinema, a música e o teatro, entre outros. A literatura, por sua vez, é a forma de expressão que mais se destaca na vida cultural dos capixabas.
Leitura: um hábito em declínio no Sudeste brasileiro
A população do Espírito Santo é menor em comparação com outros estados da região, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, respectivamente. A pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) considera como leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, impresso ou digital, nos últimos três meses. Entre os livros lidos por vontade própria, 27% dos leitores confessa ter lido a bíblia, o que equivale a cerca de 1 milhão de pessoas. De acordo com o Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem 3.833.486 habitantes.
A pesquisa também revelou que 60% dos entrevistados não lêem livros de literatura por vontade própria, enquanto 12% afirmam ler este gênero todos os dias. O levantamento foi realizado em 208 municípios entre 30 de abril e 31 de julho de 2024, com 5.504 pessoas entrevistadas. A pesquisa é uma iniciativa do IPL e contou com parceria da Fundação Itaú e apoio da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
A região Sudeste registrou uma queda de 5 pontos percentuais nos últimos cinco anos no número de leitores. Em 2020, eram 51% de leitores, enquanto agora são apenas 46%. No caso do Espírito Santo, apesar de ter a maior proporcionalidade de leitores, o estado ficou em último lugar em outros recortes da pesquisa. Um deles é a quantidade de livros lidos nos últimos três meses. De acordo com a pesquisa, os capixabas leram apenas 0,74 livros inteiros, enquanto os paulistas leram 0,81, fluminenses 0,84 e os mineiros 1,18.
A pesquisa também apontou que a frequência de leitura de livros de literatura por vontade própria é baixa no Espírito Santo. Apenas 5% dos entrevistados afirmam ler este gênero pelo menos uma vez por semana, enquanto em São Paulo e Rio de Janeiro o percentual é de 10% e em Minas Gerais é de 8%. Nos últimos 12 meses, Minas Gerais aponta 2,97 livros lidos por vontade própria, enquanto o Espírito Santo registra apenas 1,96.
A pesquisa também enfatizou a importância da leitura para a sociedade. A leitura é um hábito em declínio no Sudeste brasileiro, e é fundamental que as pessoas continuem a ler livros de literatura por vontade própria. Além disso, a pesquisa apontou que a compra em livrarias físicas ou online permanece como a principal forma de acesso ao livro, em todas as regiões. O maior percentual nas Regiões Sudeste e Sul aponta para o maior número de livrarias físicas nessas regiões, enquanto o acesso via bibliotecas da escola apresenta um maior percentual de indicação nas regiões Norte e Centro Oeste.
Desafios para a leitura no Espírito Santo
O Espírito Santo enfrenta desafios significativos para a leitura, incluindo a falta de acesso a livros e a literatura. A pesquisa apontou que 60% dos entrevistados não lêem livros de literatura por vontade própria, o que é um indicativo de que a leitura não é uma prioridade para muitas pessoas no estado. Além disso, a pesquisa revelou que a frequência de leitura de livros de literatura por vontade própria é baixa no Espírito Santo, com apenas 5% dos entrevistados afirmando ler este gênero pelo menos uma vez por semana.
A falta de acesso a livros e a literatura também é um desafio significativo para a leitura no Espírito Santo. A pesquisa apontou que a compra em livrarias físicas ou online permanece como a principal forma de acesso ao livro, mas o estado tem um número limitado de livrarias físicas, o que torna difícil para as pessoas ter acesso a livros. Além disso, a pesquisa revelou que o acesso via bibliotecas da escola é um método de acesso ao livro que não é muito utilizado no Espírito Santo.
Importância da leitura para a sociedade
A leitura é fundamental para a sociedade e desempenha um papel importante na formação de cidadãos cultos e informados. A leitura ajuda a desenvolver habilidades cognitivas, como a capacidade de analisar e sintetizar informações, e também ajuda a desenvolver habilidades sociais, como a capacidade de se comunicar efetivamente. Além disso, a leitura é uma forma de escapismo e pode ser uma maneira de se conectar com outros em uma comunidade.
No contexto do Espírito Santo, a leitura é especialmente importante devido à sua capacidade de ajudar a superar os desafios sociais e econômicos do estado. A leitura pode ser uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal e profissional, e pode ajudar as pessoas a se tornarem mais informadas e engajadas na sociedade. Além disso, a leitura pode ser uma forma de promover a diversidade e a inclusão, ao apresentar diferentes perspectivas e experiências.
Conclusão
A leitura é um hábito em declínio no Sudeste brasileiro, e o Espírito Santo é um dos estados que mais sofre com essa tendência. A pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) revelou que 60% dos entrevistados não lêem livros de literatura por vontade própria, e que a frequência de leitura de livros de literatura por vontade própria é baixa no estado. Além disso, a pesquisa apontou que a falta de acesso a livros e a literatura é um desafio significativo para a leitura no Espírito Santo.
No entanto, a leitura é fundamental para a sociedade e desempenha um papel importante na formação de cidadãos cultos e informados. Além disso, a leitura pode ser uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal e profissional, e pode ajudar as pessoas a se tornarem mais informadas e engajadas na sociedade. Portanto, é fundamental que as pessoas continuem a ler livros de literatura por vontade própria, e que as autoridades tomem medidas para promover a leitura e o acesso a livros e a literatura no Espírito Santo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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