Petróleo impulsiona alta da bolsa local, apesar de incertezas sobre juros nos EUA e política fiscal no Brasil, afetando preços ao consumidor e mercado de ações.
Depois de uma semana turbulenta, o mercado brasileiro finalmente encontrou um respiro na quinta-feira (10). A bolsa B3, principal referência do mercado, voltou a subir após uma série de quedas que haviam acumulado perdas de 1,09% desde segunda-feira. A recuperação foi liderada pelas empresas de commodities, que mais uma vez ditaram os rumos do pregão.
O índice principal do mercado, que havia sofrido com as incertezas econômicas, mostrou sinais de recuperação, indicando uma possível mudança de tendência. A bolsa B3, que é o principal termômetro do mercado brasileiro, refletiu a confiança dos investidores em relação às empresas de commodities, que têm sido fundamentais para a recuperação do mercado. A estabilidade do mercado é essencial para a economia do país.
Mercado de Ações: Uma Análise Detalhada
O mercado de ações brasileiro apresentou um desempenho positivo, com o Ibovespa avançando 0,30% e alcançando 130.353 pontos. Isso reduziu o prejuízo do mês para 1,11% e do ano para 2,86%. No entanto, o giro financeiro foi fraco, alcançando apenas R$ 12,8 bilhões durante as negociações, abaixo da média diária dos últimos 12 meses, que é de R$ 16,6 bilhões.
O mercado de ações brasileiro se destacou em relação ao exterior, que apresentou uma recuperação sutil. Nas bolsas da Europa e de Nova York, os índices registraram queda. Isso ocorreu devido à incerteza em relação ao que esperar do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, o Fed). Os sinais são mistos, com alguns apontando para a necessidade de mais cortes e outros para uma afrouxamento mais lento da política monetária.
A inflação que mede os preços ao consumidor (CPI) veio ligeiramente acima das expectativas, enquanto o número de pedidos de seguro-desemprego alcançou recorde, vindo mais forte que o esperado. Esses números divergentes deixam os investidores indecisos, pois um recorde de pedidos de auxílio desemprego faz com que os juros precisem cair, mas ao mesmo tempo a inflação vindo acima do esperado faz com que os juros também não possam cair tanto.
O Mercado e a Política Monetária
Uma parte do mercado já aposta em uma parada no ciclo de redução de juros nos EUA, que acabou de começar, há menos de um mês, na reunião de setembro. Para novembro, a maioria dos investidores vê um corte de 0,25 ponto percentual, menor que a primeira tesourada de 0,50. O dólar registrou leve recuo nesta quinta-feira, fechando perto da estabilidade em R$ 5,58, queda de 0,02%. No mês, a moeda americana sobe 2,56% ante o real. No ano, o salto já chega a 15,13%.
A moeda operou com forte volatilidade diante do racha do mercado em relação aos rumos dos juros. Uma estagnação aumentaria o preço do dólar, enquanto mais cortes podem levar os investidores a buscarem outros mercados em busca de turbinar os ganhos, uma vez que os juros estariam menos atrativos nos Estados Unidos. Outro fator de forte influência no câmbio é o avanço nos preços das commodities. Quando as commodities sobem, também cresce o fluxo de dinheiro estrangeiro nos países emergentes que exportam esses produtos.
O mercado de ações brasileiro é influenciado por esses fatores, e é importante entender como eles afetam o mercado. A Vale e a Petrobras têm um peso significativo na carteira teórica, e as companhias do setor de petróleo são responsáveis pela maior parte do avanço, beneficiadas pela alta de mais de 3% no preço do petróleo. O produto se valorizou devido aos temores em relação aos conflitos no Oriente Médio e preocupações com o furacão Milton e possíveis problemas na distribuição.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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