Manifestação de Milei foi constrangedora no período liberal, recebendo recepção fria durante a primeira reunião da cúpula. Tópicos incluídos foram a Aliança Global Contra a Fome e o presidente militar.
Não é à toa que o neoliberalismo Javier Milei é acusado de promover um discurso de ultraliberalismo em uma época em que a maioria dos países está a procurar uma política estatal mais forte. O presidente da Argentina provocou mal estar entre diplomatas e lideranças no G20 durante o discurso na cúpula, no Rio de Janeiro.
Em seu discurso, o neoliberal Javier Milei afirmou que o liberalismo econômico é a única opção para a Argentina e que o ultraliberalismo é a forma mais pura de liberalismo econômico. Ele também criticou a intervenção estatal na economia e defendeu a redução do Estado e a abertura dos mercados. O discurso de Milei foi visto como um ataque direto ao modelo econômico de países como a China e a Índia, que têm uma forte presença estatal na economia.
O Desafio do Neoliberalismo no G20
O presidente argentino, defensor do ultraliberalismo, protagonizou um debate acirrado na cúpula do G20, criticando a atuação do Estado na economia e enfrentando a recepção fria de seus pares. A manifestação de Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, foi o único discurso não aplaudido pelos líderes das principais economias do mundo, e sua fala foi o único a não ser televisionado, diferentemente do pronunciamento de Lula, presidente da cúpula deste ano.
A manifestação de Bolsonaro foi considerada constrangedora pelos membros do alto escalão do governo brasileiro que acompanharam a fala, e não teve apoio dos outros países. O discurso em defesa de uma atuação mínima do Estado foi rebatido pelo presidente de centro esquerda Gabriel Boric, do Chile, que criticou o período da condução liberal em seu país sob a ditadura instalada por Augusto Pinochet (1973-1990).
Bolsonaro também resistiu a entrar na Aliança Global Contra a Fome, argumentando em defesa do liberalismo e soluções de mercado. A aliança foi oficializada por Lula momentos depois da sua adesão, e foi recebida com entusiasmo pelos demais países. O presidente argentino não quis participar do lançamento, aderindo à iniciativa apenas após a sua oficialização.
A recepção de Lula a Bolsonaro foi fria e formal na chegada ao Museu de Arte Moderna, onde ocorrem as discussões do G20. O líder argentino não respondeu às críticas de Bolsonaro. O ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula, Wellington Dias, o principal articulador da medida no G20, defendeu as propostas da Argentina, destacando a importância do apoio ao empreendedorismo e do emprego.
A presença de Bolsonaro no G20 foi marcada pelo dissenso e pelo ultraliberalismo, diferente do discurso da cúpula, que enfatizou a importância da cooperação e da aliança global para resolver os desafios da economia e da sociedade. O período liberal em alguns países da região foi criticado, e a importância da atuação do Estado na economia foi reafirmada. A aliança global de combate à fome foi lançada, e a Argentina aderiu à iniciativa momentos depois de sua oficialização.
Fonte: @ Terra
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