São Paulo enfrenta entraves na mobilidade urbana, desafiada pela complexidade da maior cidade do país, com necessidade de um sistema de transporte mais eficiente e alternativas de meio de locomoção.
São Paulo enfrenta dificuldades significativas em sua mobilidade urbana, destacando a complexidade que caracteriza a maior cidade do Brasil.
A falta de soluções eficazes para a mobilidade vem gerando impactos na qualidade de vida da população, onde a locomoção se torna um desafio cotidiano. Além disso, o transporte público enfrenta dificuldades, gerando um cenário onde a mobilidade se torna um aspecto cada vez mais questionado.
Mobilidade na Grande São Paulo: Um Desafio para o Século XXI
De acordo com dados da Inteligência em Pesquisa e Consultoria – IPEC, a Rede Nossa São Paulo e o Instituto de Cidades Sustentáveis, a cidade de São Paulo enfrenta um grave problema de mobilidade, com o tempo médio de deslocamento aumentando de 1h47 (em 2019) para 1h53 (em 2023), mas com uma leve redução para 1h38 em 2024. Os usuários de carro gastam em média 1h37, enquanto os que utilizam transporte público chegam a 1h59. Essa situação é preocupante, pois demonstra que a cidade ainda não encontrou soluções eficazes para a mobilidade.
Um Problema de Sistema de Transporte
Entre os diferentes modais, os usuários de carro aumentaram, enquanto o percentual de usuários de ônibus diminuiu, e os percentuais de uso de transportes alternativos caíram ou permaneceram estáveis. A maioria da população se locomove principalmente por ônibus e carros, mas é importante destacar que 24% dos usuários de carro não pretendem deixar de usá-lo, e outros 19% que ainda não possuem um veículo pretendem adquiri-lo. Esse crescimento do transporte individual é preocupante, especialmente diante das urgências climáticas e das metas estabelecidas no Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050 – PlanClimasSP.
A Importância da Micromobilidade Urbana
Segundo o último Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) do município (2020), o setor de transporte é responsável por aproximadamente 60% das emissões de CO2, totalizando cerca de 7 milhões de toneladas, de um total de 11 milhões de toneladas de CO2 emitidas pela cidade. Com isso, é imperativo revisar urgentemente as políticas públicas para impulsionar os meios de transporte alternativos e tornar o transporte público mais sustentável, com foco especial em sistemas como trens e metrôs.
Meios Alternativos de Locomoção
Meios alternativos de locomoção, como bicicletas e caminhadas, devem ser priorizados, especialmente no contexto da micromobilidade urbana. Atualmente, apenas 1 em cada 10 paulistanos utiliza a bicicleta como meio de transporte, enquanto 76% afirmam que nunca a utilizam. No caso das caminhadas, grande parte da população sequer reconhece a prática como uma forma válida de deslocamento urbano.
Desafios para a Mobilidade
A resistência aos meios alternativos de mobilidade urbana fica clara ao observarmos as principais reclamações da população: – insegurança nas faixas de pedestres; – má qualidade das calçadas; – dificuldade de travessia em pontes e viadutos; – falta de segurança nas ciclovias. Exemplos desse cenário são evidentes ao redor do Parque do Povo, onde a falta de iluminação pública reduz a sensação de segurança, e o tempo de travessia para pedestres (Av. Chedid Jafet x Av. Juscelino Kubitschek) é insuficiente, com apenas 10 segundos, além de motoristas que frequentemente ignoram o sinal vermelho.
Uma Solução para a Mobilidade
No que diz respeito ao uso de bicicletas, a população afirma que adotaria esse meio de transporte se houvesse mais segurança nas vias, maior proteção contra roubos, melhor conectividade das ciclovias e sinalização aprimorada. Incentivos econômicos, como subsídios para a compra de bicicletas e equipamentos de segurança, também poderiam ser uma solução eficaz para impulsionar o uso de meios alternativos de locomoção. Além disso, a cidade precisaria investir em infraestrutura para transporte público e transporte alternativo, como trens, metrôs, bicicletas e caminhadas, para tornar a mobilidade mais sustentável e eficiente.
Fonte: © Estadão Imóveis
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