Morte do número 1 do Hezbollah enfraquece Teerã no Oriente Médio. Para Guga Chacra, a “decapitação” equivale à perda de uma “bomba atômica”, um golpe total no programa nuclear dos Guardas Revolucionárias.
A confirmação da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no último sábado (28), tem um impacto político significativo, superando a perda de figuras como Osama bin Laden ou Saddam Hussein. Isso ocorre porque o Hezbollah é uma organização fundamental para a influência do Irã na região, e a perda de seu líder pode enfraquecer consideravelmente a posição de Teerã.
Com a morte de Hassan Nasrallah, o Hezbollah, um partido político e milícia extremista, pode enfrentar um período de instabilidade e reorganização. Isso pode levar a uma reavaliação das alianças regionais e a uma maior dependência do Irã, que pode apostar todas as suas fichas em seu programa nuclear para manter sua influência na região. A perda de Hassan Nasrallah é um golpe duro para o Hezbollah e pode ter consequências significativas para a política regional. Além disso, a morte do líder pode levar a uma luta pelo poder dentro do grupo, o que pode afetar a estabilidade da região.
O Impacto da Morte de Hassan Nasrallah no Hezbollah
A morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo extremista Hezbollah, em um bombardeio israelense em Beirute, tem um impacto político sem precedentes no Oriente Médio. Segundo Guga Chacra, comentarista da GloboNews, a morte de Nasrallah é mais significativa do que a de Osama bin Laden, Qassem Suleimani, Saddam Hussem e Muammar Qaddafi. Isso se deve ao fato de que Nasrallah era o comandante do Hezbollah desde 1992 e era considerado ‘insubstituível’.
O ataque israelense fez com que o Hezbollah, um partido político e grupo paramilitar, fosse ‘decapitado’, o que equivale à perda de uma ‘bomba atômica’ para o Irã, principal inimigo de Israel no Oriente Médio. O Hezbollah sempre foi visto como uma espécie de ‘bomba atômica’ do Irã, existente na fronteira com Israel para uma possível guerra contra o Israel ou os EUA.
O Papel do Hezbollah no Oriente Médio
O Hezbollah é um grupo extremista que atua no Líbano e é financiado majoritariamente por Teerã. Ele é constituído majoritariamente por xiitas, vertente muçulmana à qual também pertencem os aiatolás que comandam o regime iraniano. O Hezbollah nunca existiu para defender os interesses dos palestinos ou dos libaneses, mas sim para defender os interesses do Irã.
A dúvida agora é se Benjamin Netanyahu, premiê de Israel, vai tentar fazer com que a guerra já travada no Oriente Médio com o Hamas, em Gaza, e com o Hezbollah, no Líbano, chegue também ao Irã. Netanyahu optou por uma ‘guerra total‘ e sabe que os EUA teriam que sair em defesa de Israel.
A Resposta Iraniana
A resposta iraniana depende da evolução de seu programa nuclear. Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitélio Brustolin, algum movimento do Irã deve vir, especialmente se o Irã conseguir fabricar sua primeira bomba nuclear ou pelo menos fabricar ogivas em alguma quantidade maior, chegando a um nível próximo ao da Coreia do Norte, que hoje tem 50 ogivas. No entanto, a perspectiva de o Irã se tornar uma potência nuclear encontra resistência em todo o mundo, inclusive de aliados.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo