Faixas criadas com inteligência artificial e ouvidas por robôs geraram US$ 10 milhões, utilizando tecnologias de ponta e software para evitar contas falsas e endereços de e-mails suspeitos.
Um caso de fraude envolvendo um produtor musical americano está causando alvoroço nas plataformas de streaming de música. Segundo relatos, o indivíduo pode ter aplicado um golpe de mais de US$ 10 milhões (R$ 55 milhões na cotação atual) utilizando tecnologias de ponta para enganar os sistemas de pagamento.
A fraude, que envolveu a criação de contas falsas e a utilização de algoritmos avançados, permitiu que o produtor musical recebesse pagamentos indevidos por streams de músicas que não existiam ou não eram de sua autoria. Esse esquema de enganação foi possível graças à utilização de bots que simulavam atividades de usuários reais, gerando uma grande quantidade de streams falsos. A investigação sobre o caso está em andamento, e as plataformas de streaming estão tomando medidas para evitar que casos semelhantes de fraude ocorram no futuro. A segurança dos sistemas de pagamento é fundamental para evitar golpes desse tipo.
Um Golpe de Grande Escala
Michael Smith, um homem de 52 anos, foi preso sob a acusação de ter criado milhares de músicas utilizando tecnologias de ponta, como a inteligência artificial, para subir essas músicas em diferentes plataformas de streaming e gerar reproduções falsas por meio de robôs. Segundo o site Music Ally, Smith conseguiu gerar uma impressionante média de 661 mil reproduções por dia para uma série de artistas e bandas fictícias.
Para ‘ouvir’ esses artistas falsos, o produtor precisou criar contas falsas de streaming, utilizando endereços de e-mails comprados online, cerca de 10 mil, um processo que foi terceirizado. Em seguida, ele criou um software que reproduzia as canções em loops, a partir de diferentes computadores, e, com o uso de VPN, simulava ouvintes individuais em locais distintos. Esse esquema de enganação permitiu que Smith calculasse que poderia receber até US$ 1,2 milhão em royalties em um ano.
A Fraude em Ação
Em 2019, ele faturava cerca de US$ 110 mil por mês, com parte do montante indo para os cúmplices. Neste ano, em 2024, Smith se gabou de ter alcançado a marca de 4 bilhões de streams e de ter faturado US$ 12 milhões em royalties desde o início da fraude. A fraude foi um golpe bem planejado, que utilizou tecnologias de ponta para enganar as plataformas de streaming e os ouvintes.
Os promotores americanos começaram a investigação após a organização Mechanical Licensing Collective (MLC) denunciar o suposto esquema, identificado pela startup antifraude Beatdapp. A investigação revelou que Smith havia criado um complexo esquema de fraude, utilizando contas falsas, endereços de e-mails e software para gerar reproduções falsas e lucrar com royalties. A fraude foi um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para cometer crimes cibernéticos.
Fonte: @Baguete
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