Primeiro-ministro sobrevive com apoio popular e de desafetos, apesar de ataques aéreos e massacre do Hamas em Gaza, após cessar-fogo e confrontos regionais.
Depois de um ano de incertezas, Benjamin Netanyahu parece ter encontrado seu ritmo novamente, exibindo um ar de confiança que não era visto há meses. A recente campanha de ataques aéreos e assassinatos no Líbano parece ter dado um novo fôlego ao seu governo.
Como premiê, Netanyahu tem sido um dos principais defensores da linha dura contra os grupos militantes no Líbano. Seu papel como primeiro-ministro tem sido fundamental na definição da política externa do país, e sua determinação em combater a ameaça terrorista tem sido uma das principais características de seu mandato. A estratégia de Netanyahu parece estar funcionando, pelo menos por enquanto, e seu governo está aproveitando o momento para reforçar sua posição política.
Netanyahu: O Premiê que Sobreviveu à Pressão
O premiê israelense, Netanyahu, continua a ser visto como um pária internacional, mas internamente, ele desfruta de um aumento nos níveis de popularidade, que haviam sido gravemente afetados pelo massacre do Hamas em outubro do ano passado. Após um ano de resistência à pressão popular e aos pedidos de renúncia, Netanyahu conseguiu manobrar e irritar aliados externos, como os EUA e países europeus, com idas e vindas nas negociações para um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns.
Ele usou o pretexto da guerra para postergar as investigações sobre as falhas de seu governo no atentado em solo israelense que tirou a vida de 1.200 cidadãos. ‘Ele nunca foi embora, mas agora Netanyahu está realmente de volta’, resumiu David Horovitz, editor-chefe do ‘Times of Israel’, sobre o atual momento do premiê.
A Campanha de Bombardeios e o Apoio Popular
A campanha de bombardeios contra o Hezbollah enfraqueceu a milícia xiita e surpreendeu o Irã. Além disso, garantiu ao premiê mais longevo de Israel o apoio popular e de desafetos da classe política, elevou o moral dos israelenses e restaurou a confiança nos serviços de inteligência. No fim das contas, os confrontos regionais, que adiaram a sua iminente queda, beneficiaram Netanyahu.
Se as eleições fossem hoje, seu partido, o Likud, obteria o maior número de cadeiras do Parlamento — 25, ainda que insuficiente para governar, de acordo com uma pesquisa exibida pelo Canal 12, realizada após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
A Manobra Política de Netanyahu
O primeiro-ministro passou o último ano na corda-bamba, cedendo frequentemente às pressões de ministros ultranacionalistas que asseguram a sua permanência no comando do governo. Contudo, mais uma vez, Netanyahu exibiu o troféu de raposa política, executando mais uma de suas manobras: trouxe para a coalizão de sete partidos um ex-aliado e também adversário.
Cotado para assumir o comando da Defesa, no lugar de Yoav Gallant, o político de direita Gideon Saar entra no governo como ministro sem pasta. Ele dará a Netanyahu mais estabilidade e um respiro nos embates diários com seus ministros messiânicos, acusados de torpedear o cessar-fogo em Gaza e o retorno dos reféns a Israel.
Com mais quatro deputados, o partido Nova Esperança, de Saar, reforça a maioria do premiê no Parlamento, com 68 dos 120 assentos, e enfraquece os partidos radicais da coalizão na estratégia de arrancar concessões do premiê às custas de abandoná-lo.
A Nova Fase do Confronto
Netanyahu é conhecido por vangloriar-se dos acertos e eximir-se da responsabilidade pelos fracassos. Ou seja, ressalta que foi dele a decisão de atacar o complexo subterrâneo onde Nasrallah presidia uma reunião com o comando do Hezbollah. Embalado pela autoconfiança, renovada pelas conquistas militares dos últimos dias, o premiê deu aval para uma nova fase do confronto: incursões terrestres limitadas no Sul do Líbano, aprovadas nesta madrugada numa reunião ministerial.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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